O Belenenses colocou um ponto final no ciclo negativo com que entrava nesta jornada, arrancando uma importante vitória no terreno do Feirense. Depois de três derrotas consecutivas no campeonato, os azuis do Restelo chegaram cedo ao golo e souberam gerir a curta vantagem até ao final. Quim Machado foi a uma casa que conhece bem arrancar o seu primeiro triunfo no campeonato, ao leme do Belenenses.

Já o Feirense, voltou a mostrar dificuldades a jogar em casa, onde só venceu o Tondela, e averbou a terceira derrota na condição de visitado. Os fogaceiros estão numa posição tranquila, mas as exibições diante do seu público continuam a não convencer.

Despertar cedo... e dormir depois

O Belenenses entrou no jogo a mostrar que queria dar a volta a um momento menos bom, com três derrotas consecutivas no campeonato. E a reação belenense fez-se ouvir com estrondo, logo aos 4 minutos, quando André Sousa surgiu na cara de Vaná a atirar a bola ao poste.

Deixado o aviso, e com o Feirense a não conseguir estender o seu jogo ofensivamente, o conjunto lisboeta voltou a carregar sobre a área adversária e chegou mesmo ao golo, aos 13 minutos, com Sturgeon a responder da melhor forma a um excelente cruzamento arrancado por Gerso na direita do ataque.

Em desvantagem, o Feirense passou a assumir mais as despesas do jogo, mostrando, contudo, dificuldades na construção de jogo - demasiado previsível -, o que facilitava a tarefa de quem tinha de defender.

A precisar de ganhar confiança devido aos resultados mais recentes, o conjunto orientado por Quim Machado passou a aproveitar as muitas paragens de jogo que se foram sucedendo para quebrar o ritmo da partida, recorrendo muitas vezes à falta. Para uma equipa que não transpira confiança, importava respirar e aproveitar a vantagem.

Conjugados os dois fatores – a incapacidade ofensiva dos fogaceiros e a maior preocupação belenense de segurar a vantagem –, até ao intervalo, assistiu-se a um jogo pobre e sem mais momentos de perigo perto de qualquer das áreas.

Mota arrisca, Machado tranca o caminho

Durante o intervalo, os exercícios de aquecimento de Fabinho e de Platiny, do lado da equipa da casa, deixavam adivinhar que José Mota não estava contente com o que via. Nem podia, porque além do futebol pobre, a sua equipa estava em desvantagem.

E depois de dar cinco minutos de margem, o técnico dos fogaceiros mexeu na equipa, tirando um médio do jogo – Cris – para dar companhia a Karamanos na frente de ataque.

A dificuldade maior, porém, mantinha-se: a bola chegava com pouca qualidade à zona de finalização. E aí, foi a vez de chamar Fabinho ao jogo, entregando à irreverência do jovem médio a tarefa de fazer a equipa jogar.

Do outro lado, Quim Machado respondeu, abdicando da irreverência de Gerso para apostar no músculo de Rosell, para fechar ainda mais o caminho para a sua área.

A ideia do treinador do Feirense resultou, em parte. Com as alterações, o Feirense passou a ter mais qualidade na posse, e começou a acercar-se com perigo da baliza de Joel Pereira. Só que quando isso aconteceu o desperdício foi a nota dominante. Etebo primeiro e Semedo depois, não aproveitaram as melhores ocasiões de que a sua equipa dispôs, perdendo boas situações para chegar ao empate.

Com a equipa da casa a carregar, nos últimos minutos, surgiu Joel Pereira a brilhar a grande nível, negando o golo ao Feirense por duas vezes, no espaço de menos de um minuto. Primeiro foi Paulo Monteiro e depois Platiny, ambos a esbarrar na segurança do jovem guardião português, que segurou, literalmente, a vitória do Belenenses.