Comemorações de aniversários diferentes: Jorge Simão, treinador do Boavista completou 42 anos e recebeu a prenda que mais desejava: vencer o jogo, sendo no final contemplado com um «Parabéns a você» pela claque da sua equipa. O Portimonense, que esta terça-feira faz 104 anos, não teve o melhor presente. A derrota evidenciou a necessidade de reforços para António Folha, principalmente no ataque, faltando avançados, principalmente, com experiência. E esta nova forma de jogar da equipa é o oposto do futebol bastante ofensivo que Vítor Oliveira promoveu na última temporada e que empolgava os seus adeptos.

Confira a FICHA DO JOGO

Neste jogo, que marca a estreia de António Folha como treinador na  principal liga do país, o Portimonense apresentou-se no 3x4x3, sistema que o antigo técnico do FC Porto B está a implementar desde que chegou a Portimão. Sem nenhum avançado centro de raiz, Folha apostou em Wellington para a posição, com Tabata e Nakajima no apoio nas alas.

O Boavista de Jorge Simão entrou em 4x4x2  em losango, com Idris mais recuado, Rochinha na direita, David Simão no meio mais adiantado e Mateus na esquerda. Na frente Fábio Espinho e Falcone.

As duas equipas pouco ou nada arriscaram até ao intervalo e esse estado refletiu as escassas oportunidades nesse período. Lutou-se muito, a expetativa de que um erro poderia surgir de qualquer dos lados esteve sempre presente e a emoção de lances de perigo junto às balizas (quase) não existiu. A exceção surgiu perto do intervalo, por duas vezes e pelo lado do Portimonense. Nas duas situações, valeu Raphael Silva ao Boavista:  aos 38 o central salvou sobre a sobre a linha, num cabeceamento de Hackman e cinco minutos depois cortou um desvio de calcanhar de Rúben Fernandes que levava a direção da baliza.

Bomba de Simão, Tabata atira ao poste

O futebol previsível e sem emoção da primeira-parte foi desbloqueado logo no reinício com uma «bomba» de David Simão, que à entrada da área colocou a bola no ângulo superior esquerdo da baliza defendida por Ricardo Ferreira, abrindo o marcador e o jogo: o Portimonense subiu mais no terreno à procura do empate e os nortenhos dispuseram de mais espaço para procurar ampliar a vantagem.

Com o jogo esticado a bola andou mais próximo das duas balizas, intensificando o cheiro a golo. Falcone, aos 53 rematou à malha lateral e António Folha introduziu depois maior pendor ofensivo á sua equipa com a entrada de Ewerton e a saída do trinco Pedro Sá e os algarvios aproveitaram para conquistar metros. A ideia foi reforçada depois com a saída do central Felipe Macedo e a entrada de Rafael Barbosa, com Folha a trocar o 3x4x3 pelo 4x4x2, com o jovem avançado cedido pelo Sporting a ficar nas costas de Wellington. Antes da entrada de Rafael Barbosa o Portimonense dispôs de soberana oportunidade para empatar, numa grande penalidade desperdiçada por Tabata, que rematou à base do poste esquerdo da baliza de Helton.

A dez minutos do final, Folha colocou outra peça ofensiva em campo, o jovem Taofiq, proveniente do futebol distrital onde jogava no Vila Real, por troca com Manafá, numa altura em que o Boavista já só defendia a preciosa vantagem. Mas o Portimonense nunca conseguiu criar situações de verdadeiro perigo e pairou sempre a sensação de que dificilmente conseguiria evitar a derrota. A única situação aconteceu na sequência de canto a quatro minutos do fim, com Lucas a cabecear fraco e á figura de Helton. Sintomático da falta de capacidade dos algarvios na finalização, com as posições mais adiantadas da equipa entregues aos jovens Rafael Barbosa e Taofiq...

O Boavista ainda viria a aproveitar o adiantamento do Portimonense para ampliar a vantagem numa transição rápida concluída por André Claro, que saiu do banco aos 64 minutos para acabar de vez com as dúvidas que ainda poderiam existir quanto ao vencedor nos descontos, picando a bola por cima de Ricardo Ferreira.

Resumo do jogo: