FIGURA: Pizzi
Os olhos procuram João Félix, mas o dono da bola é Pizzi. Travou um duelo fantástico com Fábio Coentrão, a fazer faísca. Três remates perigosíssimos, um deles no seguimento de uma receção quase impossível, e o golo na segunda parte já a matar o jogo: frio e colocado. Recebe, toca, pensa e respira. É o jogador mais importante na arquitetura das ideias de Bruno Lage. Em ataque organizado deixa o flanco direito para André Almeida e procura zonas interiores. É aí que faz a diferença. Cérebro, líder, guru da forma de viver das águias.

MOMENTO: minuto 45, o golo de João Félix
Na Crónica do Jogo já detalhámos a jogada, pela relevância que teve no argumento da partida. A equipa de arbitragem não puniu uma falta de Florentino sobre Gabrielzinho, a jogada continuou, Leo Jardim largou um primeiro remate e Félix encostou para o 0-2. Conforto no marcador mesmo em cima do intervalo.

MENÇÃO HONROSA: Fábio Coentrão
Não gostou da entrada envergonhada dos colegas e barafustou uma e outra vez com eles. Foi o primeiro a ir para cima da defesa benfiquista, a impor respeito com algumas entradas duras (João Félix que o diga) e a lembrar que o Rio Ave jogava em casa. Grande exibição, duelo fantástico com Pizzi, cruzamentos perigosos e intervenção autoritária no jogo. Ao intervalo perdeu a cabeça nos protestos com Hugo Miguel.  

OUTROS DESTAQUES

João Félix

Não se pode falar numa noite de sonho, mas o impacto que teve no jogo é inegável. Marcou o segundo golo num momento crucial e teve um posicionamento perfeito entre linhas, confundindo o posicionamento de Tarantini e Filipe Augusto, que nunca souberam se o entregavam aos centrais ou se algum deles teria de acompanhá-lo.

Grimaldo
Crença, crença, tanta crença naquele cruzamento que serviu Pizzi para o 1-3. A bola parecia condenada a sair pela linha de fundo, após o toque – mais um – no infortunado Júnio, mas o espanhol acreditou e a jogada acabou em golo. É um poço de energia, mas Nuno Santos deu-lhe trabalho aturado. Não o acompanhou no lance do primeiro golo do Rio Ave.

Nuno Santos
Sim, falávamos dele e tem de estar aqui. É um canhoto puro, que parte da direita para espaços interiores. Num desses movimentos, o remate encontrou Tarantini pelo caminho e o capitão marcou. Na primeira parte obrigou Vlachodimos a parar com um grande voo o seu livre direto.

Ronan
Foi determinante no empate contra o FC Porto e agora assustou o Benfica, ao reduzir para 2-3 a seis minutos dos 90. É um gigante que procura o choque e as bolas aéreos. Bom cabeceamento e golo.

Vlachodimos
A defesa no livre de Nuno Santos e o voo aparatoso num cabeceamento de Gelson Dala justificam nota alta. O internacional grego é instável nos cruzamentos, mas entre os postes tem nível alto.

Rúben Semedo e Borevkovic
O Rio Ave sofreu três golos, mas pouco há a apontar ao trabalho da dupla de centrais. Dois nomes de inegável valia, para seguir atentamente.