Continua a história de superação do Moreirense. Qual conto de fadas, os Cónegos não desarmam do quinto lugar e solidificam a posição europeia com o triunfo (2-0) na receção ao Tondela, aquele que, à priori, seria um adversário direto no início da época na luta por outras andanças.

Só que a temporada do Moreirense tem sido, de facto, exponencial a todos os níveis. Esta tarde mais um dado histórico, com a equipa de Ivo Vieira a vencer pela primeira vez o Tondela no seu reduto, algo que não tinha acontecido nos três encontros anteriores entre os dois emblemas em Moreira de Cónegos.

Perante o triunfo do vizinho V. Guimarães na véspera, o Moreirense dá uma demonstração e força e não cede na luta pelo quinto lugar. A prestação não foi brilhante, mas o Moreirense fez o suficiente, foi pragmático e teve astúcia para marcar por Texeira e Bilel num embate que se iniciou encaixado.

Destaques: Texeira é o senhor do momento em Moreira de Cónegos

Demasiado encaixado até, o início do jogo com as equipas a servirem de espelho. Semelhança na organização e também no parco grau de risco. Os dois emblemas recearam-se, privilegiaram em primeira instância a solidez defensiva à audácia atacante, ficando desde cedo patente que a baliza seria um acessório remoto no encontro.

Ainda assim, apesar deste figurino, teve mais iniciativa o Moreirense, fez por ser mais acutilante e depois de uma primeira metade de marasmo teve precisamente no derradeiro lance da primeira metade a capacidade para fazer a diferença, marcando num momento crucial do jogo.

Arsénio cruzou na direita, bola bem metida a pedir um desvio, no coração da área uruguaio correspondeu afirmativamente e bateu Cláudio Ramos. Melhor seria impossível para o Moreirense, autêntico balde de água fria para o Tondela, que apesar de pouco criativo trabalhou muito.

AO MINUTO: ficha de jogo e principais incidências

Esperava-se uma reação do Tondela na segunda metade, Pepa até mexeu na equipa acrescentando unidades atacantes mas a realidade é que foi nessa fase que o Moreirense esteve mais confortável.

Com mais espaço para jogar o conjunto de Ivo Vieira ficou como um peixe na água, sem a iniciativa de jogo de forma cínica para aproveitar os contragolpes. Dispôs de várias oportunidades para matar o jogo o Moreirense, mas sem sucesso, arrastando-se a indefinição até que Bilel sentenciou o encontro a sete minutos dos noventa.

Pontapé de canto do Moreirense, Ivanildo desvia no coração da área e é Bilel a fazer a emenda decisiva para amarrar os três pontos para o Moreirense. Que época esta a do Moreirense, o «expoente máximo da pequenez», como defende o seu presidente. Mas também é possível ser-se ambicioso e audaz na pequenez, como preconiza Ivo Vieira. Segue firme no quinto lugar o Moreirense, não perde há quatro jogos.