A FIGURA: Pizzi, o «cérebro» encarnado
Está num momento de forma tremendo. É o organizador e agora também o finalizador. Nos últimos quatro jogos para o campeonato marcou quatro golos. Hoje marcou na primeira ação que teve e depois pegou na batuta e começou a espalhar «música». Está  também no segundo golo ao marcar o canto. Vários pormenores de qualidade, fintas, dribles, magia...o Benfica é muito melhor com ele. Ainda tentou assistir companheiros, mas estes não finalizaram. Isolou Jonas no segundo tempo, mas o brasileiro foi perdulário. A Luz ovacionou-o aquando da sua saída! Justo!

Leia AQUI a crónica do Benfica-Arouca, 3-1

O MOMENTO: Pizzi abre a contagem aos 3 minutos
Ainda havia pessoas a sentarem-se nos seus lugares e já Pizzi tinha inaugurado o marcador. Após um lançamento lateral, Renato Sanches cabeceou para dentro de área, onde Jonas, também de cabçea, assistiu o internacional português. À entrada da área, e com a bola a saltar, Pizzi atirou a contar. Estava feito o mais difícil.

NEGATIVO: Confusão nas bancadas da Luz
Num jogo com duas equipas que tentaram sempre trocar bem a bola e chegar à baliza do adversário, proporcionado um jogo interessante para os adeptos, o destaque negativo vai para as bancadas. Perto do intervalo, no Topo Sul, começaram alguns desacatos e cenas de pancadaria, que inclusive obrigaram pessoas a fugir para dentro do recinto de jogo. Não chegaram a entrar nas quatro linhas, por isso o jogo não parou, mas cenas lamentáveis numa «casa» que esteve com 51 mil espetadores. A polícia de choque interviu, mas a confusão proolongou-se pelo intervalo. Os bombeiros foram também chamados para assistir pessoas.

OUTROS DESTAQUES:

Mitroglou
Que grande jogo do grego, especialmente na primeira parte. Foi um ponta de lança com toques de malabarista. Feroz a atacar as bolas na área, em pezinhos de lã a fintar adversários fora dela. Marcou na primeira oportunidade e que classe: à Rabah Madjer. De calcanhar aos 18 minutos fez o segundo da partida. Antes isolou-se mas perdeu muito tempo e permitiu o corte de Velázquez, aos 14’. Foram inúmeras as vezes que jogou de calcanhar e sempre bem.  No segundo tempo não isolou Jonas uma vez por só olhar para a baliza, mas o brasileiro havia de lhe roubar o golo. O grego na cara de Bracali rematou, o guardião defendeu e quando ia empurrar o golo na recarga, Jonas meteu o pé e marcou ele. Aos 83’ mais um pormenor de génio. Isolado, passou a bola por cima de Bracali e quando ia a cabecear para golo, surgiu Velázquez a cortar. Merecia o segundo. Grande exibição de Mitroglou, muito mais indicado do que Jiménez para o futebol encarnado!

Jonas
Não joga mal, não sabe fazer um jogo mau, sobretudo aqui na Luz. Quando a bola chega aos seus pés sai «redonda» para os companheiros e as suas movimentações desquilibram e desposicionam a defensiva adversária. Hoje, na primeira parte, esteve perdulário. Tentou de cabeça (11’), à meia-volta (16’) e após uma jogada individual (42’) mas não conseguiu abanar as redes. Na segunda parte iria fazer o seu golo, depois de «empurrar» Mitroglou. 
 
Lisandro López
Mais uma bela exbição do central argentino. Defensivamente muito seguro, concentrado, e sempre atento às dobras. Faz da sua velocidade um dos trunfos. Fica um lance em que ultrapassado no meio-campo, conseguiu recuperar ainda a bola já perto da área a Ivo Rodrigues. Ofensivamente voltou a ser importante nas bolas paradas e assistiu Mitroglou para o segundo da partida. Não hesita a sair a jogar e desequilibrou duas vezes. Só esteve mal na abordagem ao lance que deu o golo do Arouca, deixando fugir o adversário.

Renato Sanches
Não esteve nos seus melhores dias e errou mais passes do que o habitual. Tentou ainda rematar de longe, mas nem isso resultou. Importante nas recuperações de bola, sempre intenso, equilibra o meio-campo. Faltou aquela qualidade ofensiva com que já habituou os adeptos do Benfica.

Gaitán
O regresso do mágico. O argentino regresou aos relvados e deixou algumas notas de qualidade. O passe de calcanhar que isolou Talisca é primoroso!

Velázquez
O Arouca sai do Estádio da Luz com três golos encaixados, mas só não saiu com mais porque o central evitou dois lances de golo iminente. Na primeira parte, de carrinho, cortou um lance em que Mitroglou ia isolado e no segundo tempo quase em cima da linha de golo impediu que o grego cabeceasse para uma baliza sem Bracali. Aos 90 minutos ainda foi lá cima marcar o golo de honra dos arouquenses. Bom jogo do venezuelano.

Ivo Rodrigues
O mais inconformado dos arouquenses. Sempre que pegava na bola encarava os adversários e tentava furar a defesa do Benfica. André Almeida teve algum trabalho. Fica a nota de um grande rasgo aos 23 minutos, ultrapassou o lateral-direito, depois Lisandro, mas no momento de cruzar e quando olhava para ver se tinha companheiros, o argentino desarmou-o. Precisava de mais ajuda.

Artur
Bom jogo do jogador que começou na ala direita, mas que ao intervalo passou para o miolo. Foi dos que mais incomodou na primeira parte com cruzamentos ou passes para as costas da defesa «encarnada». No segundo tempo pegou na batuta e organizou os ataques. A sua mudança para o meio aproximou mais o Arouca da baliza de Júlio César.

Maurides
O avançado brasileiro entrou na segunda parte aos 60 minutos e em dois minutos fez mais do que Roberto, o titular. Um cabeceamento perigoso que assustou Júlio César e pouco depois a responder a um cruzamento da direita atirou ao lado. Mais presença, mais luta, a contribuir para a melhor fase do Arouca em campo.

Nuno Valente
O médio fez uma boa partida, batalhador, intenso e sempre de olhos postos nas transições. Na segunda parte ainda rematou para defesa de Júlio César.