Uma autêntica montanha russa o duelo minhoto entre Moreirense e Sp. Braga. Incerteza no marcador, golos em curtos espaços de tempo e emoção na reta final. A resolução esteve no pé direito de Ricardo Horta, capitão do Sp. Braga que saiu do banco de suplentes para resolver o encontro e selar o triunfo bracarense (2-3) final quando passavam cinco minutos para lá dos noventa.

Uffa. Respire caro leitor, o embate entre cónegos e arcebispos foi mesmo estonteante. O Sp. Braga saiu para o intervalo a vencer por duas bolas a zero, contra a corrente do jogo e sem nada o ter feito para merecer. O Moreirense ainda teve alma para se recompor, chegou ao empate, mas a noite era mesmo para socos no estômago.

Na reta final, com o jogo aberto, quando já os descontos decorriam Ricardo Horta resgatou os guerreiros de uma noite que se preparava para ser traçada em tons cinzentos. O capitão puxou dos galões e selou o triunfo.

Fífia e desatenção ultrapassam falta de inspiração

Com maiores responsabilidades, o Sp. Braga demorou a assumir esse estatuto em campo e começou por ficar à mercê de um Moreirense que esteve melhor no arranque da partida. Preparada por se subjugar, a equipa de João Henriques foi reagindo à forma pouco capaz dos bracarenses. Iam pertencendo aos cónegos os principais lances ofensivos. Aos 28 minutos o Moreirense até esteve perto do golo, numa fase em que o Sp. Braga estava sem soluções e não somava qualquer aproximação diga de registo à baliza adversária.

Até que a eficácia ditou leis a seis minutos do intervalo. Um erro de Steven Vitória, uma autêntica fífia, permitiu a Mario González rematar na passada, numa das raras vezes que conseguiu ter espaço, apanhando Pasinato desprevenido. O máximo que o guarda-redes conseguiu foi sacudir para a frente, aparecendo Fábio Martins a marcar.  

Golo completamente contra a corrente do jogo, seguido de um segundo soco no estômago do Moreirense. Apenas dois minutos volvidos, agora assim com o maior talento arsenalistas a vir ao de cima, Iuri Medeiros voltou a ser feliz. Depois de uma longa ausência por lesão, o jogador canhoto fez o Sp. Braga sair para os balneários a vencer, de forma difícil de imaginar, por duas bolas a zero.

Igualdade e soco no estômago

Ficou encaminhado o trabalho do Sp. Braga, com uma vantagem de dois golos o conjunto de Carlos Carvalhal jogou com o resultado. Foi respondendo, a espaços, o Moreirense. O suficiente para incomodar.

A reação começou a fazer-se com um cabeceamento ao ferro de Rafael Martins, quando estava cumprida uma hora de jogo. Apenas sete minutos volvidos foi Galeno a evitar que o Moreirense reentrasse no jogo ao cortar em cima da linha de golo. Parecia uma questão de tempo, que efetivamente acabou por o ser.  

Enorme alma do Moreirense. Reduziu na transformação e uma grande penalidade sofrida por Steven Vitória, que o próprio transformou em golo, quando o cronómetro ditava que havia ainda dez minutos para se jogar. Chegou ao empate, muito festejado, com um golo de Paulinho após um desvio de Raúl Silva no coração da área.

Ficou completamente aberto o encontro. Bola cá, bola lá, Ruiz ainda desperdiçou um primeiro lance de golo feito e no quinto minuto de compensação Ricardo Horta amarrou os três pontos para o Sp. Braga. Três pontos sofridos e arrancados a ferros a devolver o Sp. Braga aos triunfos após desaire com o Sporting. A noite foi de socos no estômago para o Moreirense, que deu boa imagem mas ainda não conseguiu vencer na presente edição do campeonato.