Portimonense e Paços de Ferreira entraram na nova edição da Liga com um empate 1-1 com um final impróprio para cardíacos em que o resultado podia ter mudado várias vezes, mas acabou por ficar tudo na mesma. O árbitro começou por marcar um penálti a favor do Portimonense, mas depois foi rever as imagens e mudou de ideias. Logo a seguir, marcou penálti para o Paços, mas Samuel susteve o remate forte de Douglas Tanque e segurou o empate.

Mas vamos recuar a bobine deste filme. Paulo Sérgio e Pepa apostaram em manter as estruturas da época anterior, procurando tirar dividendos das rotinas das respetivas equipas, introduzindo poucas caras novas nesta equação. Os algarvios entram em campo com três reforços - Fabrício, Maurício e Welinton – enquanto os castores apenas com dois – Jordi na baliza e Lucas Singh no ataque.

Um jogo que começou com um ritmo interessante, com as duas equipas a jogar com os blocos bem juntos, mas procurando não perder o equilíbrio defensivo. Entrou melhor o Paços, com o reforço Lucas Singh, cedido pelo Sp. Braga, em particular destaque, a explorar bem o corredor esquerdo, em rápidas combinações com Oleg, e a conseguir alguma profundidade.

O Portimonense, por seu lado, fechava-se bem a defender e aguardava por uma oportunidade para responder com transições rápidas, procurando surpreender o adversário com a velocidade de Fabrício e Wellinton. Mas os algarvios também encontravam, do outro lado, um adversário também bem organizado em termos defensivos.

A primeira oportunidade foi mesmo para o Paços, logo aos 7 minutos, com Lucas Singh a testar a atenção de Samuel, com um remate de longe. O guarda-redes defendeu para a frente e permitiu a recarga de Tanque para nova defesa apertada de Samuel. Num jogo de parada e resposta, Welinton, lançado em profundidade, também colocou Jordi à prova com um remate puxado da esquerda.

O equilíbrio manteve-se, mas com o Paços a parecer sempre mais próximo do golo do que a equipa da casa, particularmente nas bolas paradas, todas a saírem dos pés de João Amaral, quase sempre a colocar dificuldades à defesa do Portimonense, quer nos livre, quer nos cantos.

Já em período de compensação no final da primeira parte, na sequência de mais um canto de João Amaral, Marcos Baixinho elevou-se bem, mas foi Lucas Possignolo que desviou, de cabeça, para as próprias redes. O Paços foi, assim, para o intervalo em festa, em vantagem no marcador. Paulo Sérgio não esperou mais e deixou Beto e Aylton Boa Morte a aquecer para duas alterações de uma assentada.

A verdade é que o Portimonense entrou bem melhor no segundo tempo, a conseguir mais profundidade, de alguma forma consentida pelo Paços. O empate acabou por chegar logo a seguir, também num lance de bola parada, num livre de Lucas Fernandes, sobre a direita, que permitiu a Fabrício regressar aos golos em Portimão, surgindo destacado junto ao segundo poste para desviar de cabeça. Um golo muito festejado pelos algarvios, mas ainda havia muito jogo pela frente.

A equipa da casa tentou manter a pressão e tirar ainda mais dividendos da boa entrada, mas o Paços voltou a crescer e a equipa da casa teve de recuar nos seus intentos. Foi a atura de aparecer Douglas Tanque, um fenómeno de força, mas também com um bom remate. Em dois ou três lances colocou Samuel à prova e esteve muito perto de assinar a reviravolta, com destaque para um remate ao ferro. Eustáquio também testou a meia distância e esteve perto de surpreender Samuel, num remate que passou a rasar o poste.

A verdade é que empate sobreviveu até aos noventa minutos e mesmo depois do tal período louco na compensação. O árbitro Iancu Vasílica começou por assinalar uma grande penalidade a favor do Portimonense, por alegado corte com o braço de Lucas Silva, mas depois de rever as imagens, considerou o lance casual e retirou o castigo máximo.

No lance seguinte, Lucas Silva entrou na área do Portimonense e, já sobre a linha de fundo, foi derrubado por Maurício. Vasilica foi mais uma vez rever as imagens e desta vez apontou mesmo para a marca dos onze metros. O Paços tinha nova oportunidade soberana para regressar a casa com três pontos, mas Samuel susteve o poderoso remate de Douglas Tanque e segurou o empate.