O MOMENTO

A expulsão de João Afonso

Corria o minuto 41: o central do Belenenses fez falta, mas ficam dúvidas sobre se Jackson iria mesmo isolar-se. Se dava sempre livre perigoso, a expulsão por vermelho direto gera muitas dúvidas. E condicionou, como é óbvio, o desenrolar do resto do jogo.

POSITIVO

Matt Jones
: O guarda-redes inglês do Belenenses, a cumprir quinta época no futebol português, terá tido uma das melhores noites desde que chegou ao nosso país. Depois de ter sido apontado um dos melhores jogadores da época passada na II Liga, provou, no Dragão, ser um gigante entre os postes. Seguro, atento, corajoso.

Quintero: O salvador. Evitou o escândalo, com um golo de vontade e raiva. Quase fez o segundo logo a seguir, à bomba, mas à barra. Disse presente, como que a exigir mais oportunidades, quem sabe no onze...

Ricardo: Uma boa surpresa desta fase da época portista. Respondeu muito bem à adaptação forçada em Nápoles (nesse jogo foi lateral-esquerdo, ele que costuma jogar a... extremo-direito). Desta vez, nova adaptação, mas não tão forçada, a lateral-direito, com a ausência de Danilo. Foi das melhores unidades do FC Porto: bem a defender, bem a atacar.

Fernando Ferreira: O pêndulo do jogo do Belenenses. Levou a melhor na batalha do meio-campo durante o primeiro tempo, perante a má noite de Josué e Carlos Eduardo. Fez boas assistências para as unidades mais ofensivas, alimentando a intenção de contra-ataque do Belém no primeiro tempo. Um jogo de luta, estratégia e liderança.

Atitude do Belenenses: Um FC Porto animado pelo êxito de Nápoles, a estreia de Lito Vidigal no conjunto lisboeta. A equipa do Restelo, abaixo da linha de água, aparecia no Dragão com muito poucas hipóteses de pontuar. A verdade é que surgiu arrumada, organizada, mentalmente estruturada. Nem se abalou depois da expulsão de João Afonso.

NEGATIVO

Primeira parte do FC Porto
: Voltaram alguns fantasmas de incapacidade ofensiva, tão presentes durante o consulado de Paulo Fonseca, no primeiro período. Os dragões tiveram fases de pouco rasgo, outras em que até permitiram um certo domínio ao adversário. O «efeito Nápoles» esfumou-se rapidamente.

Josué: Na era Luís Castro perdeu espaço no onze, mas a ausência de Fernando deu-lhe nova oportunidade. Não aproveitou. Nunca assumiu o jogo com devia, acusou falta de rotinas. Nem nas bolas paradas, capítulo em que costuma ser forte, conseguiu fazer a diferença. Saiu ao intervalo: e bem.

Varela: Já mostrou, esta época, o seu lado solar, mas é um jogador que insiste em voltar a um certo lado lunar. Foi o caso desta partida: desacerto, mira desafinada, remates muito por cima. Outro caso de substituição acertada por parte de Luís Castro.