Figura: Galeno

Sem retirar mérito ao trabalho dos outros colegas, é justo dizer que o Rio Ave joga à velocidade do extremo cedido pelo FC Porto. Os vila-condenses são mais perigosos quando Galeno arranca – é rapidíssimo – e sentem-se menos confortáveis quando órfãos da sua explosão. Tremendo o trabalho aos cinco minutos que Coentrão não aproveitou por pouco. A história premeia os artistas e, por isso, foi Galeno a resolver a partida que permite ao Rio Ave assinar o melhor arranque da história na Liga.

Momento: minuto 66, Toque de Midas de José Gomes

O Rio Ave não estava aproximar-se tanto da baliza contrária como José Gomes gostaria. Então, o técnico vila-condense chamou a jogo Gelson Dala, lançando-o para o lugar de Tarantini. A aposta não poderia ter sido mais acertada. Na primeira vez que o angolano tocou na bola, deixou Galeno na cara de Ricardo para assinar o 1-0. Partida resolvida com Toque de Midas de José Gomes. Por vezes, a leitura de jogo no banco ganha jogos.

Leia a crónica do jogo

Outros destaques:

Eustáquio: joga de cabeça bem levantada e organiza o jogo ofensivo do Desportivo de Chaves. Acelerou e contemporizou conforme o que o jogo pedia, fazendo uso da capacidade de passe curto e longo. Nota para a assistência primorosa para Ghazaryan que o arménio não aproveitou. Ainda teve pulmão para surgir várias vezes em apoio ao ataque, embora tenha pecado na decisão. Uma exibição consistente.

Nuno André Coelho: o auxílio primordial de Paulinho para travar Galeno. Mais do que se preocupar com Vinícius, o defesa procurou constantemente dobrar o seu colega de sector e foi bem-sucedido, diga-se. Notável o corte a impedir o pontapé de Galeno ao minuto 37. Ainda espreitou o golo na segunda parte, mas Leo Jardim negou-lhe as intenções. A única mancha da sua atuação está relacionada com o lance do golo adversário, embora reparta a responsabilidade com Paulinho.

Coentrão: os anos roubaram-lhe a irreverência e a explosão, mas trouxeram-lhe inteligência para perceber o jogo. Como poucos nesta Liga, diga-se. Sabe quando travar, acelerar ou tocar. Enfim, acumula boas decisões e raramente perde a bola, uma raridade na equipa de verde e branco esta noite. Ameaçou o golo em duas ocasiões e ainda assistiu Vinícius para o 2-0 que viria a ser anulado com recurso ao VAR.

Dala: incompreensível o estatuto de suplente. Na primeira vez que tocou na bola deixou Galeno na cara de Ricardo e, depois, a frieza do brasileiro fez o resto. Estas duas linhas chegam para refletir o impacto que teve na partida. Decisivo.