O FC Porto venceu o Santa Clara por 1-0, graças a um golaço de Luís Díaz. Um jogo disputado sob condições atmosféricas muito difíceis e onde foram muito poucas as oportunidades de golo.

O tempo não era o único cenário cinzento nos Açores. Foi um jogo triste e por dois motivos. Um estádio vazio, sem o clamar dos adeptos e apenas com o eco dos gritos dos treinadores. Um jogo com quádruplo minuto de silêncio, em memória de quatro figuras do futebol: Reinaldo Teles, Vitor Oliveira, José Bastos e Diego Armando Maradona.

À partida para o jogo, as duas equipas estavam separadas por três pontos. Começou por cima o FC Porto, num jogo que Sérgio Conceição considerou uma final, em virtude de os ‘azuis e brancos’ não poderem perder mais pontos na luta pela liderança.

FICHA DE JOGO E NOTAS AOS ATLETAS

Os campeões nacionais entraram agressivos, a assumir o controlo pela posse de bola, mas diante de um Santa Clara que dava nota de não querer ficar encostado à sua área. Dez minutos de jogo e a chuva começou a cair intensamente no Estádio de São Miguel, juntando-se ao forte vento que já se fazia sentir na ilha.

O mau tempo deu o mote para um encontro que se tornou uma grande batalha a meio campo. Os azuis e brancos, a pressionar alto, controlavam a posse de bola, mas falhavam no último passe. O Santa Clara, com um bloco baixo organizado, procurava, sempre que podia, sair rápido em contra-ataque. Os açorianos chegaram a aproximar-se por várias vezes da baliza de Marchesín, sobretudo pela velocidade de Salomão e Carlos Júnior, mas as iniciativas esbarraram na defesa portista.

Aos 37, finalmente um lance de algum perigo – e atente-se no “algum”. Livre direto de Osama, era para ter saído cruzamento, mas a bola levou a direção da baliza e obrigou o guardião portista a uma defesa atenta. Aos 43, Grujic chegou a colocar a bola no fundo das redes após um cabeceamento, na sequência de um canto, mas o lance já tinha sido invalidado porque a bola tinha saído.

Numa primeira parte amorfa, sem oportunidades de golo, o espetáculo estava todo reservado para os instantes finais do primeiro tempo. Corrida de Manafá na direita, cruzamento e Luís Dias, senhoras e senhores, fez um golaço de pontapé de bicicleta. A bola ainda embateu no poste, mas Marco estava batido. Um golo incrível, ao nível dos melhores. Aconteça o que acontecer, será um dos golos da época. O desespero de uma primeira parte sonolenta foi totalmente compensado pelo momento mágico de Luís Díaz.

O temporal que já vinha do primeiro tempo, agravou-se na segunda parte e as condições atmosféricas acabaram por condicionar – e muito – o jogo dentro das quatro linhas. Menos pressionado, o FC Porto não deixou de pressionar altíssimo, travando a iniciativa de jogo do Santa Clara.

Já quando tinham bola, os azuis e brancos procuravam diminuir o ritmo do jogo, trocando a bola pacientemente, consolidando o domínio na partida. O ritmo baixo e um jogo mastigado a meio-campo estavam de feição ao FC Porto, em vantagem no marcador e certamente cansado do jogo a meio de semana com o Marselha.

Com o passar do tempo, o Santa Clara começou a ter mais bola e a jogar no meio campo contrário, enquanto o FC Porto, mais recuado, procurava manter na organização. Apesar de algumas iniciativas de Carlos Júnior, o perigo nunca chegou realmente a ameaçar a baliza de Marchesín. Os açorianos chegaram a bombardear várias bolas para a área, mas a defensiva portista deu sempre conta do recado.

Quando o Santa Clara tinha mais bola e procurava – quase em jeito de desespero – chegar à baliza adversária, deixavam espaços que o Porto tentou aproveitar no contra-ataque. Ainda assim, os ‘dragões’ só criaram mais dificuldades a Marco através de uma bomba de Otávio de fora da área que saiu por cima da barra.

No final, valeu mesmo o golão de Díaz. Com um temporal desses, está-se bem é em casa. E parece que os jogadores pensaram o mesmo.