Afinal qual é a equipa sensação da Liga? O Casa Pia fez uma primeira volta espetacular, mas este sábado foi ultrapassado pelo Arouca na corrida ao sexto lugar da Liga. Um jogo que até começou equilibrado, mas a equipa da casa impôs-se definitivamente quando o adversário ficou reduzido a dez e matou o jogo na ponta final com dois golos de Mujica. Uma semana depois de regressar à competição, o avançado espanhol regressa agora também aos golos e logo com dose dupla.

Mais do que estatuto de equipa sensação, estava em causa o sexto lugar da Liga, com o Arouca a apenas dois pontos do Casa Pia e com oportunidade de escalar mais um lugar na classificação, até porque os gansos já não venciam há três jornadas. O jogo começou, apesar de tudo, com as duas equipas a revalarem muitas cautelas, com defesas bem posicionadas, mas pouco risco no ataque.

Ainda assim, formas bem destintas de jogo em campo. O Casa Pia pressionava alto e até ganhava bolas no campo adversário, enquanto o Arouca preferia recuar junto da sua área para organizar-se atrás, antes de pensar em subir. Foi aqui que os gansos começaram a marcar pontos na primeira parte, com Yuki Soma, Clayton e Romário Baró a pressionarem logo na zona de construção e a colocarem muitos problemas a saída do Arouca.

O primeiro lance de perigo foi criado pelo aniversariante Yuki Soma [festejou este sábado 26 anos] que procurou furar pela zona central, foi travado em falta e, na marcação do livre, atirou contra a barreira. O irrequieto japonês, quase sempre pela esquerda, foi uma dor de cabeça para Soro, com constantes ataques à profundidade e voltou a ter uma oportunidade flagrante ainda nesta primeira parte.

O Arouca demorou a entrar no jogo, mas a verdade é que foi crescendo, passo a passo, com David Simão a arrancar o primeiro remate para a equipa da casa, sobre a esquerda, com a bola a passar perto do poste mais distante.

Na ponta final da primeira parte, o Casa Pia voltou a aproximar-se da baliza de Arruabarrena e teve mais duas oportunidades claras antes do intervalo, ambas com Clayton como protagonista. Na primeira, na sequência de um canto da direita, o avançado elevou-se bem na área e cabeceou de cima para baixo para grande defesa do guarda-redes argentino. Na segunda, o brasileiro entrou pela direita e picou a bola para o segundo poste, com Arruabarrena já batido, mas Poloni não conseguiu fazer a emenda.

Tal como o jogo da primeira volta, a primeira parte acabou com um nulo que encaixa bem no pouco risco assumido pelas duas equipas. Uma estratégia que se prolongou logo a abrir o segundo tempo, com Filipe Martins a abdicar logo de Neto, que viu o único amarelo da primeira parte, para manter a mesma filosofia com Afonso Taira, mas sem correr muitos riscos.

Beni compromete, Mujica não pedoa

A segunda parte começou nos mesmos moldes, enfadonha, portanto, com pouco risco até ao início das danças nos bancos. Foi aqui que Armando Evangelista começou a ganhar o jogo. O treinador do Arouca lançou Arsénio e Mujica para a contenda, desviando Sylla para o corredor central. O jogo da equipa da casa mudou a noite para o dia.

O Arouca cresceu no jogo e, logo a seguir, Beni comprometeu, com dois amarelos num espaço de quatro minutos que deixaram o Casa Pia reduzido a dez. Filipe Martins procurou reequilibrar a sua equipa de imediato, abdicando de Clayton para lançar Cuca, mas, a dez minutos do final, o Arouca chegou finalmente ao golo. Um lance desenhado por Sylla que, pelo corredor central, combinou com Antony, desmarcou-se e cruzou para a finalização fácil de Mujica.

O Casa Pia não baixou os braços, voltou a conseguir algum equilíbrio em campo e até voltou a ameaçar o empate, com destaque para mais uma oportunidade de Yuki Soma, mas na sequência deste mesmo lance, já em tempo de compensação, Mujica levou tudo à frente e matou o jogo com o segundo golo do Arouca.

Uma vitória que permite à equipa de Armando Evangelista ultrapassar o Casa Pia e escalar mais um lugar na classificação, ficando agora a apenas um  ponto do Vitória. O Casa Pia, por seu lado, continua em quebra, com o quinto jogo consecutivo sem conseguir vencer.