A máquina de Roger Schmidt continua imparável e esta terça-feira, no acerto de calendário, bateu o Paços de Ferreira por 3-2 e saltou para o topo da classificação, com a oitava vitória na temporada, a quarta consecutiva na Liga. No entanto, desta vez os encarnados tiveram que ser espicaçados para chegar aos três pontos. Os castores marcaram primeiro, por sinal o primeiro golo consentido pelo Benfica na Liga, mas a equipa da Luz, embalada por um estádio quase cheio, reagiu em força e deu a volta ao resultado antes do intervalo. O Benfica ainda ameaçou partir para a goleada no arranque da segunda parte, marcou mais um golo, mas acabou o jogo a sofrer depois de mais um golo do atrevido Paços.

Oito jogos, oito vitórias, 23 golos marcados e apenas quatro consentidos, dois deles esta noite numa noite estranha na Luz. O Paços até entrou bem no jogo, marcou um grande golo já perto intervalo, mas acabou por despertar o Benfica que tinha entrado neste jogo mais lento e previsível do que é habitual.  A equipa de Roger Schmidt acabou por virar o resultado antes do intervalo e, quando parecia que se ia impor definitivamente na segunda parte, acabou por consentir mais um golo e acabou o jogo a gerir a vantagem mínima que vale a liderança isolada na Liga ao fim de quatro jogos.

Roger Schmidt voltou a apresentar a sua máquina habitual, praticamente com todas as peças de origem, com Otamendi a regressar ao eixo defensivo, introduzindo apenas Alexander Bah no lugar de Gilberto no lado direito. No entanto, o Benfica demorou a ganhar velocidade. O Paços de Ferreira apresentou-se na Luz com uma linha de cinco, com três centrais, e outra de quatro que, bem articuladas, colocavam muitos obstáculos no caminho para a área de Zé Oliveira. O Benfica tinha mais bola, pressionava alto, procurava abrir o jogo para as alas, mas sempre aos solavancos, com muitos ressaltos e pouca fluidez, logo, pouca velocidade. Os castores, bem fechados, não se limitavam, no entanto, a defender e, quando conquistavam a bola, procuravam desdobrar-se rapidamente para o ataque, com Kayky, Koffy e Nigel Thomas a saírem várias vezes na resposta.

A primeira verdadeira oportunidade do Benfica só surgiu depois dos quinze minutos, com Enzo Fernández a cruzar da direita e Gonçalo Ramos, no coração da área, com tudo para marcar, a acertar de raspão na bola que passou ao lado. O Benfica mandava no jogo e chegou mesmo a festejar um golo, aos 34 minutos, com Rafa a amortecer uma bola na área para a entrada determinada  de Otamendi. A Luz quase veio abaixo, mas o golo acabou por ser anulado por fora de jogo do avançado antes da estocada do argentino.

Cinco minutos, três golos

A cinco minutos do intervalo, surpresa na Luz, na sequência num canto da esquerda. Morato afastou a bola da área, mas Antunes encheu o pé e, no interior da área, Koffi desviou de cabeça para o primeiro golo da noite. A Luz calou-se, mas por pouco tempo. Bola ao centro e o Benfica chegou logo a seguir ao empate. Alexandrer Bah cruzou da direita para o centro, Rafa devolveu para a direita, para a entrada de David Neres que rematou, com a bola a passar por baixo do corpo de Zé Oliveira, que não ficou nada bem na fotografia. O golo do Paços acabou por espicaçar o Benfica que conseguiu, finalmente, acelerar o jogo e João Mário, com um remate espontâneo, da quina da área, atirou ao poste, com a bola a bater ainda nas costas de Zé Oliveira e a sair para fora.

Depois de quarenta minutos de jogo lento, o Benfica carregava agora a fundo no acelerador e, já em tempo de compensação, na sequência de um cruzamento de João Mário, Zé Oliveira saiu ao encontro da bola, mas acabou por acertar em cheio em Bah. Penálti sem dúvidas, convertido, com classe, por João Mário que, depois dos dois golos no Bessa, voltou a marcar esta noite.

O Benfica chegou ao intervalo em vantagem e voltou a entrar na segunda parte a todo o gás, com mais um golo anulado a Alexander Bah, que estava exageradamente adiantado, na sequência de um passe de Rafa. Este não valeu, mas o 3-1 não demorou a chegar, com o Benfica a carregar por todos os lados e o Paços em dificuldades. Rafa abriu na esquerda para João Mário que desceu pelo corredor e cruzou tenso para a entrada em carrinho de Gonçalo Ramos que se antecipou a Zé Oliveira. 

Novo golo do Paços obriga a gerir

O Benfica parecia que ia partir para uma goleada, mas o terceiro golo relaxou a equipa que mantinha o controlo, mas agora, com menos pressão, mais longe da baliza de Zé Oliveira. No entanto, no meio da dança das substituições, o Paços voltou a marcar, com Juan Delgado, sem marcação, a servir Koffi que reduziu a diferença no marcador para apenas um golo.

O Benfica ainda esboçou uma nova reação rápida, agora com novos protagonistas. Henrique Araújo esteve perto de marcar e Musa também teve uma oportunidade, mas a verdade é que os encarnados começavam a acusar desgaste físico. O Benfica acabou por gerir a curta vantagem, mas ainda passou por um calafrio, com os castores a ameaçarem o empate já perto do final do jogo.

O Benfica acaba por conseguir o essencial, mais três pontos que lhe permite isolar-se no topo da classificação, com o máximo de doze pontos, mais dois do que o Sp. Braga, mais três do que o FC Porto, mais oito do que Sporting. O Paços, por seu lado, apesar de muito condicionado, marcou os dois primeiros golos na Liga, mas continua sem conseguir pontuar na Liga.