Daniel Ramos, treinador do Boavista, em declarações na sala de imprensa do estádio do Bessa, após a vitória por 1-0 frente ao Santa Clara, no jogo que abriu a 29.ª jornada da Liga:

«Foram duas partes. Na primeira parte houve uma entrada muito boa do Boavista, a mandar no jogo, a circular a bola e a ter muitos momentos bem conseguidos. Entrámos por fora, por dentro e apenas faltou um pouco de ataque à profundidade que nos poderia ter levado a criar mais oportunidades. Apresentámos um bom futebol, dentro do que treinámos e já demonstrámos e voltámos a repetir numa grande primeira parte.

O Santa Clara teve uma boa oportunidade, deu um boa réplica e é uma boa equipa. Isso valoriza a nossa vitória. Houve mais posse de bola na segunda parte por parte do Santa Clara e controlo do Baovista. A melhor oportunidade pertence ao Heri, o Santa Clara apenas criou algum perigo em situações de bola parada. Fizemos uma boa gestão do ponto de visto do controlo do jogo e a espaços tivemos boas jogadas. Gerimos o resultado, sentimos conforto e isso é saber estar bem no jogo.

Foi um jogo bem conseguido com boa dinâmica e momentos que me agradam. Ainda temos margem para crescer. Chegámos aos 38 pontos e queremos dar continuidade ao que nos propusemos.»

[Importância de marcar cedo]: « Esperava um jogo idêntico ao que foi. As equipas a tentarem ter domínio de posse de bola, penso que isso foi repartido, com ideias de procurar baliza e não a posse pela posse. Houve muitos duelos, circulação à largura e procura da profundidade. As duas equipas têm ideias de jogo muito próximas. Marcar primeiro é muito importante porque é mais fácil gerir conhecendo as características das equipas. O golo apareceu e deu-nos tranquilidade.

Disse que 35 pontos não eram suficientes [para a permanência], mas 38 também não são e quem pensar assim está errado. Temos de ser ambiciosos. Fizemos 19 pontos na primeira volta e já igualámos esse registo. É um registo bem positivo, mas não queremos ficar por aqui. Se possível, queremos entrar nos 40 pontos e procurar o máximo que nos é permitido. É uma ambição natural e de quem quer terminar bem a época como nós queremos por forma a que todos possam sair valorizados. Depois do que passámos e trabalhámos na paragem, a equipa só merece o que lhe está a acontecer. Esperamos continuar a dar alegrias a todos.»

[Comentário às mexidas no onze]:

«Já disse que quem joga tem de estar preparado. Tento ser coerente e justo. Por vezes o lado estratégico obriga a mudanças, outras vezes faço uma gestão mais física. Há que recuperar para jogar, não temos tempo para trabalhar comportamentos. E depois existem os indicadores que os jogadores me dão. Quem abrandar, está sujeito a perder oportunidade de jogar o próximo jogo. A exigência é diária. Interessa que entra uma equipa e hoje fizemo-lo mais uma vez.

[Regresso aos quatro defesas]:

«Acabámos por ter algumas perdas. O Neris saiu e ajustámos a equipa em função do que temos. Temos vindo apresentar três centrais de início quase sempre e a possibilidade de termos dois defesas e um lateral a fazer construção a três. Foi um risco assumido, mas acreditava que podia resultar. A alternativa de construir a quatro é para surpreender o adversário. Estava com feedback do lado contrário que conseguimos surpreender. Isto é importante.»