Na véspera da receção ao Marítimo, Jesualdo Ferreira apelou à introdução de «critérios mais claros» por parte das equipas de arbitragens nos jogos da Liga.

«Por exemplo, haver um penálti em que não há cartão amarelo e haver um outro penálti em que há expulsão, porque já havia um amarelo anterior. Estas questões interrogam-me se não haverá outro caminho a seguir para bem do jogo e da estabilidade emocional dos próprios árbitros», ilustrou o técnico, em declarações aos meios do Boavista.

O experiente técnico referia-se à expulsão de Jackson Porozo por acumulação de cartões amarelos e lamentou-se que o jogo tenha ficado «estragado». Jesualdo frisou, por isso, a necessidade de fazer uma «reflexão pedagógica» e «sem o mínimo de crítica» às arbitragens.

«Com todos o respeito pelos árbitros e pela forma como interpretam a lei, direi que há árbitros seguidistas e árbitros que, seguindo as regras, são capazes de colocá-las de forma diferente no jogo e, muitas vezes, amenizar os problemas que daí acontecem. Sendo rigorosos, sabem medir as suas intervenções técnicas e disciplinares», atentou. 

O Boavista é, de resto, a equipa que mais cartões viu na Liga e Jesualdo admite que poder«a haver «falta de imparcialidade» por parte de quem apita. 

«Já assisti a muitos jogos em que havia momentos em que, numa falta daquelas, o árbitro foi capaz de dizer ao jogador para moderar a agressividade e para a próxima ia embora e não saiu o amarelo. Quando isto não acontece dentro de um quadro do bom senso, começamos a pensar que há aqui falta de imparcialidade, atirou. 

Num «desabafo de alguém que, ao fim deste tempo todo, já se cansou de jogar com menos um jogador», Jesualdo Ferreira pediu «bom senso» na forma como os árbitros conduzem os jogos, fator que «qualquer liderança tem de ter e não está nas regras».

«Grande parte das situações foi por nossa incompetência. Agora, quando não somos violentos - e quem me dera que a equipa tivesse sido mais agressiva por vezes - e temos o maior número de cartões vermelhos, percebo que fomos penalizados pela falta de bom senso que os árbitros têm manifestado e que eu tive oportunidade de observar», insistiu. 

Envolvidos na luta pela permanência, o treinador pretende que os axadrezados entrem com «espírito de jogar uma final» contra o Marítimo, motivados pelos sete pontos obtidos nas quatro jornadas anteriores. 

«Estamos naquela fase em que não se pode andar para trás e só se pode andar para a frente. O estado de espírito é bom, a expectativa é boa e vamos jogar as fichas todas neste jogo. Tenho a certeza de que seremos capazes de jogar a um nível superior face àquilo que fizemos com Paços de Ferreira [triunfo por 2-0] e Rio Ave [3-3]», concluiu.

O Boavista-Marítimo, joga-se às 15h00, no Estádio do Bessa.