Jesualdo Ferreira, treinador do Boavista, em declarações na sala de imprensa do Bessa, após a derrota por 2-0 frente ao Sporting, em jogo da 15.ª jornada da Liga.

«Sabem o que aconteceu em Tondela. Ficámos sem centrais. Foi preciso encontrar dois miúdos de 19 e 18 anos para jogarem contra o Sporting numa situação em que a confiança não é a ideal. Desde início que o Rami não tem tido muita sorte. Portanto, o meu primeiro pensamento foi garantir maior estabilidade defensiva face ao grande potencial do Sporting que se desdobra e procura a profundidade. 

Não era, de todo, sensato dispor a equipa e os jogadores num jogo com estas características. Ainda para mais o Sporting estava pressionado pela vitória do FC Porto, pelo empate do Benfica e pelo dérbi na próxima semana. Sabíamos que era um jogo importante para o Sporting. Estavam em campo duas equipas com situações presentes diferentes.

O Sporting foi capaz de fazer um golo que o juiz de linha anulou. Foi válido por 10 centímetros. Na primeira parte há um penálti sobre o Angel e a forma como o jogo foi conduzido... Não houve um critério uniforme. Fizemos um jogo honesto e sério dentro do possível. Fico com a ideia de que a estratégia foi correcta. 

Mudei ao intervalo porque não me interessava defender uma derrota. Era fundamental chegar ao golo. A ideia era ter um caminho para seguir e depois outro. Só não saiu bem o primeiro golo. O Boavista não está a ter aquela ponta de sorte. Depois apareceu aquele golo de bandeira do Porro.

O Sporting alterou o sistema e fechou mais o meio, perdendo potencial ofensivo. Defendeu um resultado que era importante e provou o respeito que teve pelo Boavista. Estavam em causa três pontos e o treinador deles defendeu-os. Eu teria feito o mesmo e provavelmente outro treinador no meu lugar, tinha mantido a estrutura da primeira parte por mais tempo. 

Sou honesto com os meus jogadores. Merecem um pouco mais em termos de pontos pelo que trabalham e demonstram em campo. É esse trabalho que nos vai levar às vitórias.»