Petit, treinador do Boavista, em declarações na sala de imprensa do Bessa, após a derrota por 3-0 frente ao Sporting, em jogo da 31.ª jornada da Liga:

«Na primeira parte não houve muitas oportunidades. Há uma que o Bracali defende a dois tempos e outra do Jariel [De Santis]. Depois o Sporting marca após uma abordagem mal feita pela nossa equipa. O Sporting foi a ganhar para o intervalo sem muitas oportunidades.

O Sporting criou-nos dificuldades com a mobilidade dos três da frente. Tentámos corrigir isso ao intervalo e entrámos bem na segunda parte. Tivemos uma oportunidade de golo pelo Makouta. Poderíamos ter chegado à igualdade. Depois há o autogolo na sequência de um cruzamento e o jogo ficou mais fácil para o Sporting. 

Houve outro erro nosso e novo golo. Já na Madeira cometemos um erro igual. Em dois jogos sofremos sete golos. Isto ainda não acabou. Os jogadores representam um grande clube e muitas vezes a última imagem é a que fica. Temos três jogos e nove pontos em disputa. Temos de olhar para cima e pensar no futuro de alguns jogadores. É preciso dar mais quando se representa este clube. 

Temos de ser profissionais até final. Desde que cheguei que nunca procurei desculpas, mas sim soluções. Enfrentámos clubes do nível do Sporting com algumas ausências. Enquanto treinador, quero ter sempre o melhor onze. Tínhamos um tridente da frente composto pelo Musa, pelo Sauer e pleo Yusupha, antes do CAN. O Seba [Pérez] é um jogador que dá equilíbrio e solta muito o Makouta.

Procuramos sempre soluções e jogadores que possam aparecer. Mas há que dar mérito ao Sporting, é uma equipa que luta pelo campeonato. Faltam três jogos e é um aviso que deixo para o balneário. Este clube exige que se lute até final. Temos 33 pontos e matematicamente ainda não estamos sérios. 

Analisámos o último jogo com o Marítimo em que sofremos quatro golos, dois deles de bola parada no final da primeira parte. O foco tem de estar sempre no máximo. Às vezes baixamos muito a concentração. A exigência tem de ser permanência. Foi o que nos conduziu a bons resultados. Há pormenores que se pagam caro contra estas equipas.

Temos de ser ambiciosos. Foi assim que cresci como jogador nesta casa e é assim que quero crescer como treinador. Temos de vir trabalhar e treinar e não vir ao treino. 

O golo na primeira parte surge de uma abordagem mal feita. O Sporting tem uma oportunidade, nós tivemos outra. Não houve grandes oportunidades. Na segunda parte temos uma oportunidade a abrir, mas depois houve o segundo golo e tudo ficou mais difícil. O Sporting tem jogadores com qualidade, capazes de gerir o jogo e de acelerar. Vamos analisar e amanhã conversar com os jogadores.»

[Opção pelo Nathan como extremo]:

«O Nathan por raiz é extremo. Ele foi adaptado a lateral. Jogamos habitualmente com três centrais e ele faz o corredor. O Nathan é evoluído tecnicamente, é rápido e poderia fazer a diferença. É certo que os comportamentos são os mesmos. Tinha o Ntep, mas ele vinha de lesão e está no Ramadão assim como o Yusupha. O Malheiro fez um bom jogo. Tentámos que o Nathan criasse coisas diferentes do Luís [Santos], Às vezes os treinadores acertam, outras vezes não.»