Quem disse que um jogo entre duas equipas com a vida resolvida não tem emoção?

Casa Pia e Estoril protagonizaram um duelo com uma reta final frenética, que terminou com dois golos e um ponto para cada lado.

Incerteza no marcador? Pois claro.

Depois de inaugurado, a cerca de um quarto de hora dos 90, o placard do Municipal de Leiria não parou até ao apito final.

Comecemos pelo fim: Cassiano marcou aos 74m, ao esticar-se na área para emendar para golo um bom cruzamento de Tiago Santos. Porém, o Casa Pia virou o jogo com dois penáltis: aos 85m, Felippe Cardoso empatou, e aos 90+6 Godwin arrancou, acertou com a bola no braço de Francisco Geraldes e converteu o castigo máximo.

O jogo, porém, não estava resolvido.

Parecia que o Casa Pia, hoje a jogar em Leiria (por indisponibilidade do Jamor), ia vingar a derrota ao cair do pano no Dragão, na última jornada: 2-1, reviravolta nos descontos… O mesmo filme, mas agora vivido na perspetiva contrária. Até que, na última jogada, o Estoril acabou por roubar o doce sabor da vitória à equipa de Filipe Martins: o central Pedro Álvaro subiu à área contrária para cabecear uma bola que ainda desviou em Vasco Fernandes antes de entrar. 2-2, empate no jogo. E assim soou o apito final.

Um final de arregalar os olhos, depois de uma primeira parte que provocou um longo bocejo.

O 3-4-3 de Filipe Martins desdobrou-se com Soma e Godwin rapidíssimos sobre as alas e o Casa Pia criava mais perigo. Godwin, aliás, falhou de forma escandalosa, de baliza aberta, o golo aos 39m. E no segundo tempo continuou a equipa lisboeta mais proativa no ataque. Haveria, porém, de ser o Estoril de Ricardo Soares a marcar, sem, contudo, saber gerir a vantagem nos derradeiros minutos.

Com a vida resolvida, houve espetáculo garantido.

Não houve música, luzes, cor e muito público como o concerto dos Coldplay, uns quilómetros mais acima, no Municipal de Coimbra. Ainda assim, esta tarde, em Leiria este espetáculo também valeu o bilhete, sobretudo pelo «encore».