O Desportivo de Chaves estreou-se a vencer na Liga 2022/23 ao bater o Marítimo por 2-1, nos Barreiros, em jogo da 2.ª jornada da competição em que os transmontanos foram o intervalo a perder contra a corrente do jogo. 

Os flavienses demoraram a encontrar as ‘chaves’ da baliza insular, mas acabaram por resolver a questão com um triunfo merecido ante um conjunto insular que revelou carências em vários capítulos, nomeadamente a organização defensiva. 

Depois de um atraso com cerca de dez minutos, devido a uma anomalia que impossibilitou a oficialização das equipas no site da Liga Portugal, a partida arrancou com ambas as equipas a mostrarem boas movimentações ofensivas, mas com sinal mais para o Desportivo de Chaves, sempre mais rápido e criterioso nas transições e também a beneficiar de uma certa apatia da defesa madeirense.

Valeu, no primeiro quarto de hora, a atenção do guarda-redes Miguel Silva, que impediu que o marcador mexesse ao opor-se bem a remates de Héctor Hernández e de João Mendes, além de uma bola que desviou traiçoeiramente em Winck.    

Bruno Xadas e Joel Tagueu, pelo meio, protagonizaram bons lances ofensivos para o Marítimo, mas a falta de pontaria do português, e o ‘bloqueio’ de Steven Vitória ao remate do camaronês, evitaram males maiores.

Contudo, o ascendente flaviense foi crescendo e em cima da meia hora, João Correia e João Batxi voltaram a causar frisson entre as bancadas, mas finalizaram para fora. Depois foi a vez de João  Teixeira obrigar Miguel Silva a nova grande intervenção.

O Marítimo apresentava-se muito desconfortável no jogo, permissivo e sem argumentos quer para travar as investidas flavienses, quer para aproximar-se com perigo do seu último reduto. Mas o futebol, como se sabe, é fértil em injustiças…

Após uma paragem curta para refrescar, os insulares aproveitaram uma desatenção dos flavienses para inaugurar o marcador. Cláudio Winck cruzou desde a direita e, após um corte incompleto de um defesa flaviense, Joel Tagueu disparou com o pé esquerdo para o 1-0. ‘Cruel’, como o apelido do avançado camaronês, mas o futebol é mesmo assim.

Mais ainda quando não se aproveita uma grande penalidade assinalada no último minuto dos descontos (foram 7 na primeira parte!). André Vidigal pisou João Correia e desde os 11 metros, João Teixeira foi chamado a converter para atirar ao lado do poste esquerdo da baliza de Miguel Silva.

Nada a fazer mas ficou tudo em aberto para o segundo tempo, que tal como no arranque da etapa inicial, voltou a apresentar duas equipas com os olhos postos nas balizas. Miguel Silva voltou a negar, em grande estilo, o golo a João Correia, e na outra baliza, Paulo Victor, fez o mesmo a dois remates de Miguel Sousa.

Vasco Seabra, que já havia sido a obrigado a mexer na equipa, por força da lesão de Diogo Mendes, que foi rendido por André Teles pouco depois do reatamento, voltou a mexer na equipa e em dose tripla, lançando Edgar Costa, Lucho Vega e Zarana por troca com Xadas, Beltrame e Vidigal.

As alterações pretendiam injetar mais consistência, mas acabaram por descompensar o coletivo insular ante um Desportivo de Chaves que refrescou bem o ataque. Jonny Arriba, pouco tempo depois de ser lançado a jogo, assinou a assistência para João Teixeira empatar a partida, numa transição rápida em que Zainadine facilitou, aos 70 minutos.

O golo empolgou a formação Vítor Campelos e a reviravolta no marcador foi operada cinco minutos depois, novamente num lance de contra-ataque. Paulo Vítor serviu João Correia e o lateral avançou imparável para cruzar com qualidade para o cabeceamento de João Batxi. 

Em vantagem, os flavienses procuraram gerir a vantagem com o controlo do jogo, dando poucas hipóteses de reação à equipa de Vasco Seabra. Jesús Ramírez, já nos descontos, ficou muito perto do empate, mas Paulo Victor estava atento e segurou os três pontos para a equipa transmontana.