Jogo entre aflitos, tipo ‘mata-mata’. Como quem diz, quem perder, arrisca-se a sair de cena. Ou pelo menos fica em maus lençóis. Ficou o Desp. Chaves, que viu o Vitória de Setúbal triunfar por 2-1 para garantir a permanência em solo flaviense, este domingo.

Foi nesse espírito de combate que ambos os conjuntos deram a cara à luta. Os flavienses, respaldados num desafogado empate ante o Feirense. Os sadinos, vergados por uma comprometedora derrota caseira ante o Boavista. O cenário era, por isso, envolto nalgum dramatismo, tanto mais que o resultado obtido na véspera pelo Tondela, em Alvalade, baralhou as contas finais.

No que toca à manutenção, vamos ter campeonato até ao último segundo. Face ao resultado verificado neste jogo, entre Desp. Chaves e Tondela, a um deles calhará a fava.

No que diz respeito ao jogo em campo, o Vitória entrou mais sereno e determinado, contraposto à postura dos flavienses, que acusaram algum nervosismo, saindo de forma desacertada os seus lances. Nesse clima de confiança, os sadinos logo souberam tirar partido da situação e, aos seis minutos, já venciam por uma bola a zero. Demérito coube à defensiva flaviense, lenta a aliviar uma bola que parecia inofensiva e que o veloz Allef dominou, não perdoando em posição frontal a António Filipe.

Tentaram a natural reação os locais, mas o futebol denotava uma estranha forma. Soava a apatia a forma como os flavienses encaravam o jogo. Ao invés, os sadinos, mais velozes, apoderavam-se frequentemente do meio campo adversário e, aos 15 minutos, já venciam por dois golos de diferença.

Desta vez, o autor da proeza foi Frederic Mendy, de cabeça, com muitas culpas para António Filipe, que calculou mal a saída da baliza. Duas ofertas da defensiva flaviense deram o saldo do resultado ao intervalo. Contudo, em abono da razão, o Vitória foi mais equipa em campo.

Desp. Chaves-V. Setúbal: o filme e a ficha do jogo

No reatamento, esperava-se um Desp. Chaves mais atrevido. Foi o que aconteceu. Os flavienses foram, neste período, os reais donos da situação, enquanto que os sadinos, mais remetidos no seu reduto, iam gerindo a vantagem de que dispunham. Até porque o domínio e a posse de bola não significaram necessariamente aquilo que procuravam: o golo.

O Desp. Chaves, de tanta insistência, acabou por reentrar na discussão do resultado, quando reduziu aos 64 minutos, através de uma grande penalidade marcada por Gallo, por falta de Sílvio sobre Platiny.

A partir daí, só deu mesmo Desp. Chaves. Mas o tempo ia escasseando e as emoções ainda subiram de tom no municipal flaviense quando, aos 86 minutos, o árbitro Artur Soares Dias assinalou grande penalidade para os locais. Porém, depois de consultar o VAR, acabaria por anular a decisão, mostrando amarelo a Niltinho por simulação perante André Sousa.

Até final, os transmontanos carregaram na área sadina, mas a equipa de Sandro, bem escalonada na ação defensiva, conseguiu aguentar a magra vantagem que significa o forte alívio para a permanência na Liga.