A melhor versão do Sp. Braga voltou a apresentar-se, este sábado, com pompa e circunstância, com uma vitória sobre o Estoril (2-0), na Amoreira, num jogo marcado por uma extrema eficácia dos minhotos e um golo do outro mundo com a assinatura de Vitinha. Uma vitória que permite à equipa de Artur Jorge alcançar o FC Porto, no segundo lugar da classificação, e também recuperar o estatuto de melhor ataque da competição, com mais dois golos do que o Benfica.

Um grande jogo no António Coimbra da Mota entre duas equipas que praticam um futebol positivo, com o Estoril a oferecer boa réplica, mas sem conseguir quebrar a eficácia dos minhotos, muito bem organizados a defender e letais no ataque, aproveitando muito bem as oportunidades que criaram junto à baliza de Dani Figueira ainda na primeira parte.

O Estoril até entrou melhor, procurando colocar, desde logo, uma forte intensidade no jogo. A colocação de Rosier à frente dos centrais, libertava os laterais para o ataque à profundidade sobre as alas, com destaque para as iniciativas de Tiago Santos, uma flecha no corredor direito. Nélson Veríssimo apostou depois em mais uma linha de quatro, com Serginho e João Carvalho no «miolo» e Siliki e Rodrigo Martins mais abertos nas alas, no apoio direto a Erison Danilo.

O Sp. Braga, por seu lado, apresentou-se no tradicional 4x4x2, com Abel Ruiz a fazer companhia a Vitinha na frente e Iuri Medeiros e Ricardo Horta sobre as alas. Os minhotos entraram, de alguma forma, encolhidos, até pela entrada impetuosa do adversário, mas, depois de susterem as primeiras investidas dos canarinhos, foram-se soltando e desdobrando para o ataque. Na primeira oportunidade, na sequência de um pontapé de canto, aos onze minutos, sobre a esqueda, o Sp. Braga chegou ao golo. Cabeça de Tormena na área para grande defesa de Dani Figueira que já não conseguiu suster a recarga de Al Musrati. Estava aberto o marcador.

O Estoril procurou reagir de pronto, agora com um futebol mais direto, diante de uma Braga que parecia cada vez mais tranquilo em campo. Com uma defesa bem organizada, os minhotos foram anulando as investidas dos de amarelo e saíam facilmente a jogar, procurando explorar as costas do adversário.

Vitinha levanta as bancadas

Ricardo Horta fez uma primeira ameaça, para mais uma grande defesa de Dani Figueira, antes do grande momento do jogo: o segundo golo do Sp. Braga. Ricardo Horta amorteceu à entrada da área para Vitinha e, depois, ficou ali, aos saltos, à espera de um remate rasteiro do companheiro, mas Vitinha optou por um remate seco que levou a bola à trave e ao solo antes de entrar. Um golo que levantou toda a gente das bancadas, incluindo os adeptos do Estoril. Um golo pare Fernando Santos ver quando falta pouco mais de um mês para o Campeonato do Mundo.

Os canarinhos reagiram de imediato, aumentando ainda mais a intensidade do jogo e até podiam ter reduzido a diferença logo a seguir, num remate de Rodrigo Martins, mas Matheus respondeu com uma grande defesa que ainda aumentou mais os índices de confiança dos minhotos que, até ao intervalo, geriram a vantagem e a reação do Estoril com classe e posse de bola, com Al Musrati e Castro a encherem o campo.

Veríssimo mexe e remexe, mas Braga não abana

Nélson Veríssimo procurou lançar a equipa mais para a frente no início da segunda parte, abdicando de Rodrigo Martins, para colocar João Carlos ao lado de Erison Danilo, com João Carvalho, muito preso na primeira parte, agora mais solto nas costas dos dois avançados. Os canarinhos entraram com tudo a pressionar os minhotos, mas a primeira verdadeira oportunidade deste segundo tempo foi do Sp. Braga, com Ricardo Horta, com um grande passe, a lançar Abel Ruiz para as costas da defesa do Estoril, mas o espanhol, só com Dani Figueira pela frente, atirou ao lado.

O Sp. Braga continuava muito sólido a defender e Nélson Veríssimo voltou a mexer, renovando as duas alas, com as entradas de Gonçalo Esteves e Tiago Araújo e lançou ainda Benchimol para o lugar de Erison Danilo no ataque. No fundo, o treinador procurou dar mais energia e velocidade à equipa, procurando tirar proveito de um relvado muito rápido, mas não mexeu na estrutura. Em parte, até resultou, os canarinhos voavam agora em campo, mas sem conseguir abalar a serenidade dos minhotos que voltaram a ameaçar «matar» o jogo, em mais uma transição rápida, com Abel Ruiz a cruzar para um remate de Vitinha às malhas laterais.

Nada abalava o Braga. Veríssimo ainda montou uma defesa com três centrais, lançando Ndiaye, procurando libertar os novos laterais no corredor, mas o Braga continuava seguríssimo e Rodrigo Gomes, que entrou a render Abel Ruiz, quase marcou na primeira vez que tocou na bola.

Não houve mais golos, mas o Sp. Braga conseguiu o essencial, sobe na classificação e reforça a distância para Casa Pia e Sporting que jogam, ainda esta noite, em Alvalade.