Bruno Pinheiro, treinador do Estoril, em declarações na conferência de imprensa após a derrota com o FC Porto.

«A quebra física foi notória, e é justificável, também por ser um jogo contra o FC Poro que impõe sempre ritmo muito elevado. Podíamos ter sido mais felizes em alguns lances e quando chegámos ao 3-1, podia ter sido uma machadada nas aspirações do FC Porto. Os especialistas em arbitragem podem dizer o que quiserem, mas se aquilo é falta, não estou aqui a a fazer nada.

Não posso deixar de ter opinião e acho que na segunda parte houve várias decisões que nos empurraram e destabilizaram. Acho que não houve nenhum canto na segunda parte em que os jogadores do FC Porto não tivessem caído.

Mas não quero tirar mérito ao FC Porto, que o teve muito e ao Díaz, que desequilibrou completamente o jogo.»

[sobre a semana com muitas limitações devido à covid-19]

«Foi bem diferente. Não tivemos nenhum treino conjunto. Mas tenho de dar os parabéns à estrutura do Estoril pela forma como conseguiu conter o surto. O que aconteceu, influencia a preparação, mas não nos vamos queixar disso. Nunca o fizemos durante a semana, levantámos a possibilidade de adiar porque os dez dias de isolamento podiam impedir-nos de ter os jogadores para ir a jogo. Mas acho que se deve jogar sempre, desde que se cumpram as normas.»

[sobre o bate-boca com Conceição e o banco portista]

«Faz parte do espetáculo do futebol. Quando eles se apanharam a ganhar, começou a haver mais barulho. Mas assim que o árbitro apitou, foi só abraços e correu tudo de forma cordial. Se houvesse problemas depois do apito final é que ficava mais triste.»

[o que mudaria se a semana de trabalho tivesse sido diferente?]

«Nada. O treinador erra muita vez, mas a forma como penso a liderança é esta. Quando os jogadores são suplentes é por uma decisão do treinador. Mas não é porque merecem estar no banco. Às vezes há jogadores que merecem, por uma semana de menor rendimento nos treinos, mas na maioria das vezes é porque o treinador escolhe: porque é mais alto, ou mais rápido, ou pelo que seja. Não por demérito de quem está no banco. Hoje aproveitei os jogadores que conseguiram trabalhar mais durante a semana. E eles foram lá para dentro e aquilo que deram correspondeu ao que precisava.»

[Bruno Lourenço a avançado foi por estratégia?]

«Era uma estratégia para ter mais jogadores a jogar 90 minutos. Sabíamos que alguns só tinham pilha para 30 ou 45 minutos. O Bruno Lourenço nunca tinha jogado a avançado, mas em termos defensivos esteve perfeito. Ofensivamente ainda tenho de ver, mas lembro-me que apareceu muito bem no primeiro golo que nos foi anulado. Mas não foi para tirar referências aos centrais do FC Porto, e sim para ter uma equipa capaz de correr dentro de campo quando eu esgotasse as cinco substituições. Dos 20 jogadores convocados, nove não tiveram covid e tivemos de gerir isso.»