Ivo Vieira, treinador do Famalicão, em declarações na sala de imprensa do Dragão, após a derrota por 3-2 frente ao FC Porto, em jogo da 30.ª jornada da Liga:

«Vivemos para discutir o jogo para somar três pontos, mas estávamos conscientes das dificuldades que iríamos ter perante um adversário forte. Não entrámos bem no jogo. O FC Porto entrou praticamente a ganhar e corremos atrás do resultado. Conseguimos igualar.

O FC Porto marcou em duas bolas paradas, o último num livre lateral. O FC Porto é muito forte nos duelos e no ataque à profundidade, tivemos algumas dificuldades nesse sentido. Podemos fazer mais e melhor com bola, mas o FC Porto pressionou forte a nossa primeira fase de construção. Sabíamos que a tarefa ia ser difícil contra uma equipa que tem esperança de chegar ao primeiro lugar e que é o campeão em título. Temos de olhar para os jogos que faltam, trabalhar, lutar e somar pontos para conseguirmos o nosso maior objetivo.

O comportamento da equipa é de louvar. Corremos atrás do resultado e acreditámos até final. Quando o FC Porto fez o 3-1 ficou mais difícil, mas corremos atrás do resultado e tentámos marcar. Fiquei agradado com o comportamento dos atletas contra um adversário difícil. Os jogadores lutaram, trabalharam, mas encontraram uma oposição forte. Fizemos o que estava ao nosso alcance, mas não fomos tão fortes em alguns momentos como o FC Porto foi. 

Quando assumo um compromisso, a partir desse dia as responsabilidades são minhas. Se a equipa teve um, dois ou três treinadores, isso diz-me pouco. Não sou pessoa de me refugiar em trocas de treinadores ou na classificação. Não me refugio em nada e assumirei sempre as minhas responsabilidades.

Há momentos que temos de evitar. A equipa estava a ganhar por 2-0 [no último jogo] e poderíamos ter feito mais golos. Temos de evitar esses erros. Se o tivéssemos feito, teríamos mais pontos. Este jogo foi diferente, contra um adversário difícil e que luta por outros objetivos. Temos de estar motivados para o que falta.

Dependemos do que vamos fazer. Tenho de fazer com que os jogadores acreditem e lutem pelos nossos objetivos. É um trabalho mental que temos de fazer com eles para que estejam à altura. Este jogo pode servir de motivação pelo comportamento da equipa que lutou até final. Não levámos o essencial: pontos. Temos de ser verdadeiros. Jogámos contra um adversário que foi mais forte em muitos momentos. Não há vitórias nem derrotas morais, mas o meu trabalho é alavancar os jogadores e motivá-los para o que resta. Temos de reverter esta situação já no imediato.»