Talvez até o maior dos otimistas não acreditasse, mas três dias depois da eliminação na Taça da Liga, o FC Porto ultrapassa o Benfica na classificação e vai a Alvalade, na próxima jornada, em igualdade pontual com o Sporting, disputar a liderança da Liga.

Frente ao Casa Pia, o FC Porto reencontrou-se… em casa. E os jovens em que Conceição prometeu apostar foram mesmo aposta e deram o exemplo. No Dragão, Evanilson inaugurou o marcador (12m) e Zé Pedro e João Mendes construíram o 2-0 (49m), na estreia do central a marcar pela equipa principal e no momento de maior comunhão do jogo, entre equipa e adeptos. Pepe fez o terceiro (81m), antes de Fernando Andrade fixar o resultado (3-1) no regresso a uma casa que bem conhece.

Os dragões tiram o melhor proveito da derrota do Sporting horas antes em Guimarães (3-2) e do empate do Benfica na sexta-feira ante o Farense (1-1). Com mais de meia equipa mudada face ao desaire na Amoreira, o FC Porto teve um triunfo com segurança, tranquilidade e sai com confiança para uma semana decisiva. Antes do clássico, decide a continuidade na Champions ante o Shakhtar.

Entrada decidida do dragão. Susto, só em cima do descanso

Conceição manteve a aposta em João Mendes e Zé Pedro na defesa – segunda titularidade de ambos na Liga – e fez regressar Iván Jaime ao onze, além de Diogo Costa, Pepe, Jorge Sánchez e Evanilson. Alan Varela também recuperou. Já David Carmo foi de titular para a bancada.

Na véspera, Conceição pediu «ambição» e se «ter contrato com o FC Porto não chega», a equipa levou isso à letra. Assinou, no fundo, contrato com as palavras do treinador. Entrou decidida à procura de golo, não deixou o Casa Pia sair e ter bola e foi ameaçando. Eustáquio deixou cedo o primeiro aviso e 12 minutos bastariam para o 1-0.

A pressão alta dos dragões teve dividendos e, numa de várias bolas afastadas pelo Casa Pia face à falta de espaços na construção, Zé Pedro recolheu a meio-campo, lançou Eustáquio na esquerda da área entre dois adversários e o médio assistiu a entrada eficaz de Evanilson.

O FC Porto ia mostrando soluções, boas combinações entre João Mendes e Iván Jaime na esquerda, Eustáquio e Alan Varela a ligarem bem pelo meio, Jorge Sánchez a progredir pela direita e Pepê a aparecer em diferentes zonas no terço ofensivo, criando espaços e dando linhas para progressão. O Casa Pia, inofensivo nos primeiros 30 minutos, só se livrou do 2-0 graças a uma defesa de Ricardo Batista, que negou o golo a Pepê, numa belíssima jogada que passou por João Mendes, Iván Jaime, Taremi e Evanilson.

Só na reta final da primeira parte é que o Casa Pia deu um ar da sua graça e às custas de dois maus passes do FC Porto. O último acabou com Diogo Costa a ser decisivo, negando o empate a Yuki Soma, num remate que ainda desviou em Pepe (45m).

Dos jovens a Pepe: FC Porto liga a vitória pela central

Na segunda parte, quatro minutos bastaram para o Dragão respirar melhor e num golo especial. Aos 49 minutos, João Mendes bateu o canto na direita e Zé Pedro, ao sétimo jogo pela equipa principal (o sexto esta época) estreou-se a marcar. Fê-lo de cabeça e o 2-0 fez depois o jogo entrar numa toada mais morna. Menos intensa.

Apesar da baixa de ritmo face a grande período da primeira parte e o início da segunda, o FC Porto foi controlando, mas o Casa Pia foi, aos poucos, tendo mais chegada e até atirou ao poste por Clayton (66m).

Foi preciso esperar pelo minuto 81 e já com Galeno, Grujic, André Franco e Gonçalo Borges em campo, para o descanso definitivo. Depois do golo de um central, o FC Porto ligou-se em definitivo à vitória pelo outro central. Pepe, assistido por Eustáquio, fez o 3-0, na recarga a defesa de Ricardo Batista a Taremi. Um golo que antecedeu a ovação da noite ao capitão, substituído instantes depois.

O Casa Pia ainda reduziu aos 89 minutos por Fernando Andrade, de penálti, mas o dragão já estava mais do que ligado à central da vitória e sai, a par do Sp. Braga, como o grande vencedor da jornada, antes do clássico e de uma jornada com Sp. Braga-Benfica.