A FIGURA: Evanilson

Depois do hat-trick na Amoreira (o segundo da época), mais uma exibição de grande nível. Sem Taremi (ao serviço do Irão na Taça Asiática), o ponta-de-lança brasileiro ganhou peso no ataque portista. Beneficia do sistema de ter Pepê nas costas e do envolvimento proporcionado pelo sistema de 4-2-3-1. Esta noite, coube-lhe um papel decisivo, uma vez mais. Conquistou um penálti, converteu-o e resolveu o jogo. Aí vão 15 golos nesta época, em que ameaça quebrar o seu melhor registo pelos azuis e brancos (21 golos em 2021/22). Saiu tocado, aos 68m, para dar lugar a Toni Martínez e debaixo de uma chuva de aplausos do Dragão.

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O MOMENTO: minuto 49: roubo de bola e castigo final

O FC Porto vencia justamente ao intervalo, mas a margem mínima estava longe de sossegar os adeptos. Sobretudo diante de um adversário tão perigoso como Sp. Braga. A segunda parte prometia incerteza no marcador, mas foi aí que apareceu Evanilson bem cedo para desfazer dúvidas. Quatro minutos após o regresso do intervalo, o avançado brasileiro roubou a bola a Borja, entrou na área e foi derrubado por Matheus. Um movimento felino a atacar a bola com a sagacidade de um predador da área. Evanilson acabaria por cobrar a falta que sofreu e passar a fatura aos minhotos: 2-0. E assim se decide um jogo.

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OUTROS DESTAQUES:

Fábio Cardoso e Pepe

Fábio estreou-se a marcar nesta época, abrindo o marcador logo, aos 12m, e acabou por defensivamente estar irrepreensível. Pepe foi o de sempre, um príncipe no eixo defensivo, com a experiência de um veterano de 40 anos, como realmente é, e uma capacidade física de fazer inveja a muitos jovens. Ambos foram um esteio à frente de Diogo Costa, seguríssimo como sempre. A segurança com que o FC Porto geriu a vantagem de dois golos durante todo o segundo tempo deve-se em boa medida à prestação deste triângulo virtuoso.

Francisco Conceição 

Ele é o grande agitador. Sobre a direita a sua titularidade trouxe um futebol mais e vertiginoso. Sabe-se que Chico acabará por puxar a bola para o pé esquerdo, mas quando? E mais do que isso: para fazer o quê? Para driblar? Para cruzar com perigo? Para rematar? É essa imprevisibilidade que torna Francisco imprescindível no FC Porto atual. Esta noite, coube-lhe uma assistência primorosa num livre direito para a cabeça de Fábio Cardoso.

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João Moutinho

Mil jogos, mil! Quis o destino que o número redondo na carreira do médio de 37 anos fosse atingido neste regresso ao Dragão. Uma marca para a história. Foi pelo FC Porto que Moutinho se sagrou campeão por três vezes, conquistou a Liga Europa (numa final precisamente frente ao Sp. Braga), além de uma Taça de Portugal, três Supertaças, enfim… O período mais conquistador de uma carreira cheia de pontos altos, que agora caminha para o fim na Pedreira, para onde rumou após um defeso em que quase voltou a vestir de azul e branco. Quanto ao jogo, foi o Moutinho de sempre: fiável, mas desta vez sem deslumbrar.