Paulo Fonseca não se arrepende de ter treinado o FC Porto, embora não tenha chegado a estar um ano no banco azul e branco. O técnico continua a considerar que foi uma «experiência muito positiva».

«Se fosse hoje não recusaria, embora ninguém mais me queira ver no FC Porto. Mas ninguém teria dito que não perante um convite daqueles, e perante a época que fiz no Paços de Ferreira», explicou Paulo Fonseca, convidado no programa «5 para a meia-noite», da RTP.

«Houve propostas de outros clubes, mas assim que surgiu a oportunidade de treinar o FC Porto nem pensei duas vezes. O sonho de qualquer técnico é treinar os grandes. Vi ali uma excelente oportunidade e nunca poderia recusar», acrescentou.

A propósito da saída no dia do 41º aniversário, Fonseca disse, a brincar, que «foi uma prenda diferente», mas esclareceu que foi ele a despedir-se: «Solicitei ao presidente a minha saída, como já tinha feito em duas ocasiões, mas ele não aceitou. E mesmo desta última vez tentou dissuadir-me. Mas o ambiente estava pesado, e para bem da equipa achei que a minha saída podia trazer coisas positivas.»

Questionado sobre os egos e os superegos, aos quais se referiu recentemente, Paulo Fonseca defendeu que isso «existe em todas as equipas». «É difícil lidar com jogadores a este nível, mas não só no FC Porto», acrescentou, garantindo que não sentiu que os jogadores quisessem a sua saída.

Em ambiente de boa disposição, Paulo Fonseca falou de Izmailov. «Não o vejo há muito tempo. Perdi-lhe o rasto», respondeu o técnico, que também arrancou gargalhadas quando questionado sobre a relação com as claques portistas: «A relação foi boa. Nunca cheguei perto.»

Em relação ao futuro, Paulo Fonseca mostrou-se disponível para trabalhar «em qualquer parte do mundo». «Não penso que por ter treinado o FC Porto só posso treinar grandes equipas. Não tenho problema, desde que me sinta motivado, a treinar um clube de menor dimensão», afirmou.

Confrontado com os rumores que apontavam o Málaga como possibilidade, Fonseca respondeu que o emblema espanhol já teria um novo técnico.

Depois assumiu a admiração pelo Arsenal e por Arsene Wenger, e também Guardiola, antes de eleger Jorge Jesus como o técnico português que mais admira.