O Sporting acredita que o futebol português vai evoluir para a centralização dos direitos televisivos.
 
De acordo com o clube, a referida centralização não acontecerá ainda em 2015, data de renegociação dos direitos televisivos, mas acontecerá no final do contrato de três anos que os clubes devem celebrar este ano, na maioria outra vez com a Olivedesportos.
 
Num encontro da direção com vários jornalistas foi garantido, de resto, que o caminho do Benfica nunca será tomado.
 
«A Sporting TV não vai transmitir os jogos da equipa principal», garantiu o Sporting.
 
Na base desta decisão está, acima de tudo, um aspeto económico. «Financeiramente não é um bom negócio, apesar de toda a cosmética que se faz para tentar provar o contrário.»
 
O Sporting lembra de resto que nenhum grande clube europeu, em mercados televisivos muito maiores do que o português, optou pela transmissão dos jogos da equipa principal no canal do clube. «Um canal de clube serve para transmitir outras coisas.»

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Ora feita esta ressalva, o Sporting garantiu que a partir de 2018 a centralização da negociação, à semelhança do que já acontece em Inglaterra e Alemanha, é o caminho.
 
No entanto o clube tem uma perspetiva bem definida de como deve ser.
 
Para a administração da SAD leonina Portugal deve adaptar inicialmente o modelo italiano, com algumas variantes que têm a ver com o mercado português, para aos poucos evoluir para o modelo inglês: o modelo que nesta altura é considerado como exemplar.
 
Ora o modelo italiano tem a especificidade de distribuir as receitas televisivas pelos clubes tendo em atenção vários factores: adeptos do clube, habitantes da cidade da qual o clube é originário, resultados da última época desportiva e média de resultados das últimas cinco épocas desportivas.
 
Já o modelo inglês é mais simplista, tendo em atenção apenas aspetos como o mérito desportivo e a taxa de ocupação dos estádios.
 
Por isso, o modelo italiano acaba por introduzir maior diferenças entre o clube que recebe mais e o clube que recebe menos de direitos de transmissão de televisiva, enquanto o modelo inglês é muito mais nivelado entre os clubes que recebem mais e menos.
 
Centralização sim, regionalização não
 
O Sporting, ainda relativamente à centralização dos direitos televisivos, garantiu que é sempre favorável a esta modelo, a não ser que se confirme o que suspeita que já está a ser preparado: um modelo de centralização combinado entre FC Porto e Benfica.
 
De acordo com a direção do clube, os dois rivais estão a combinar entre eles, e há muito tempo, um modelo que não é centralização: é regionalização. Divide o país ao meio e favore sobretudo os dois clubes. A esse modelo o Sporting responderá não.