Juan Manuel Iturbe tinha apenas 18 anos quando chegou ao FC Porto, que era na altura treinado por Vítor Pereira. Agora que foi vendido ao Verona por 15 milhões de euros, o técnico confessa que desde logo lhe reconheceu um «potencial inato», mas com «muitas lacunas», sobretudo no jogo coletivo e a defender.

«O Iturbe tem um potencial inato, é um jogador potente com a bola, com um remate exterior muito forte e, com espaço e bola no pé, é capaz de ações individuais que podem criar desequilíbrios. Quando eu o apanhei, tentei fazê-lo evoluir na tomada de decisões e noutras ações de jogo, como jogar também a um ou dois toques, na ligação com os outros, mais para a equipa», afirmou Vítor Pereira ao
Maisfutebol.

O objetivo era tentar que o jogador conseguisse «evoluir ofensivamente com a equipa e, no processo defensivo, dar-lhe noções que ele não tinha» quando chegou da Argentina. O que não terá acontecido porque, na primeira época no FC Porto, Iturbe atuou em apenas quatro jornadas, sempre como suplente. Já na segunda, teve duas oportunidades na Taça de Portugal e os minutos na Liga com a equipa principal foram reduzidos a mínimos.

«As decisões que tomo são as que acho mais corretas na altura.
Se não lhe dei tantas oportunidades, foi porque achei que não estava preparado. Se sentisse que ele podia ajudar a equipa, não hesitava, mas ele tinha muitas lacunas na altura. Com a idade que ele tinha, no entanto, eu sabia que, evoluindo, o Iturbe podia andar para a frente», explicou.

Durante os dois anos em que esteve com Vítor Pereira, faltou ao argentino «evoluir para outro nível». «Ele evoluiu no FC Porto, assimilou algumas coisas, mas tinha que crescer mais. Era um lutador, mas era preciso evoluir mais para jogar em coletivo», justificou o ex-treinador dos dragões.

Vítor Pereira reconhece que a Serie A terá sido ideal para Iturbe crescer, sobretudo numa equipa como o Verona: « Do ponto de vista tático, acredito que tenha evoluído, porque em Itália trabalha-se muito defensivamente. Sobretudo não sendo numa equipa de top, que normalmente se instala no meio-campo adversário, porque nisso ele ainda tem de evoluir mais, para tomar boas decisões e acertar no movimento sem bola».

Já numa equipa que defenda num bloco mais baixo, o técnico já esperava que o argentino se assumisse como «protagonista». «Eu tentei fazê-lo evoluir no meu jogo, onde tinha muito a aprender, mas ele agora está mais maduro e teve mais oportunidades», constatou.

Depois dos elogios, restava a pergunta: foi um bom negócio para os dragões? «Não posso dizer se o FCPorto fez bem ou mal, depende muito do jogo que o Porto vá fazer.»