O símbolo aponta para Torre de Belém, mas também podia ser um castelo. Um qualquer, uma vez que só se percebem as muralhas a proteger o ‘B’.

O de Leiria? Que seja.

Foi, portanto, em Leiria que o Belenenses ‘recebeu’ o Marítimo, em jogo da segunda jornada da Liga. O estádio da região oeste tornou-se no terceiro abrigo de uma equipa que anda com a casa às costas desde que deixou o Restelo.

Mas foi frágil a fortaleza que o conjunto lisboeta erigiu a cerca de 150 quilómetros da sua origem. A resistência ruiu em dois minutos. E depois faltou astúcia para ir à conquista de algo.

Sem ‘casa’, também a outra fortaleza do Belenenses fraquejou. O ponto forte da equipa de Petit na época passada – que terminou o campeonato como uma das melhores defesas – tornou-se mais fraca.

Já os problemas ofensivos continuam lá. E a equipa tem enormes dificuldades em criar, vivendo muito do esforço dos avançados e da inteligência de Afonso Sousa.

Alheio aos problemas ‘habitacionais’ do adversário, o Marítimo cercou o adversário, testou-lhe as fragilidades e feriu-o de morte em dois minutos.

Primeiro através da velocidade e génio de André Vidigal e logo a seguir, aproveitando algum desnorte provocado pelo golo sofrido cedo pelo Belenenses, não deixando a ferida secar para a abrir novamente com a potência de Alipour.

Em vantagem, o Marítimo geriu como quis, mantendo o adversário quase sempre longe da sua baliza. E se o golo de Ndour a fechar a primeira parte ainda acalentou a esperança belenense, faltou ir para lá do desejo de algo mais.

A este Belenenses, falta, além de ideias, experiência para fazer as coisas acontecer. A equipa peca também na maturidade para impedir que o Marítimo levasse o jogo para onde queria. E isso fica claro quando se olha para a segunda parte do jogo e se encontram zero oportunidades de golo de uma equipa que perdia pela margem mínima.

E assim, o Marítimo conquistou os primeiros três pontos no campeonato, deixando o Belenenses no fundo da classificação, juntamente com o Arouca e o Famalicão, como equipas que ainda não pontuaram.

E essa é uma ‘casa’ onde a equipa de Petit, certamente, não quer ficar.

Mas não é só com a casa que o Belenenses anda às costas. É com o peso de dar ferramentas para que Petit possa construir uma equipa.