Os adeptos do Benfica que foram à Luz, neste domingo, tiveram direito a ementa «gourmet». Não podem dizer que se tenham empanturrado (não faltou muito), mas tiveram direito a requinte, mesmo em que doses pequenas.

Comeram com os olhos, numa refeição dividida em três pratos, dois dos quais com forte travo a Lima. Neste «Masterchef» produzido na Luz, o «chef» principal foi brasileiro, mas toda a equipa mereceu estrela.

Degustação tranquila

O requinte do Benfica viu-se sobretudo em duas ou três jogadas de grande qualidade, resultantes sobretudo de inspiração coletiva. Momentos dignos do «Youtube».

O lance do segundo golo é o exemplo maior. A jogada começou bem perto da baliza defendida por Oblak, e acabou nas redes contrárias. Pelo meio só não terá passado pelos pés de Rodrigo, Gaitán e do próprio guarda-redes esloveno. Pelo meio ainda houve uma interceção pontual de Makelele, mas isso pouco ou nenhum brilho tira à jogada, concluída por Lima.

Estavam então cumpridos 28 minutos e as «águias» deixavam a vitória praticamente sentenciada. Cedo, como já tinha acontecido com o Estoril, com golos aos 7 e 20 minutos.

Desta vez o tento inaugural apareceu aos 11, fruto de uma asneira de Halliche, que cortou contra Lima depois de Rodrigo ter atirado ao poste.

E na ementa a Académica até se apresentava bem organizada, com um bloco coeso, sobretudo na zona intermédia. Fernando Alexandre, Marcos Paulo e Makelele começaram a fechar bem o espaço central, com Agra e Diogo Valente em missão de sacríficio nas alas.

Mas tantas vezes guloso, desta vez o Benfica teve a inteligência de ser paciente. Mostrou sempre enorme tranquilidade e segurança na circulação de bola, e assim construiu a vantagem, com momentos vistosos.

Como à beira do intervalo, numa iniciativa de Siqueira, que após tabelas habilidosas com Markovic e Rodrigo apareceu na área, mas viu Ricardo negar-lhe o golo.

A ameaça do «banquete»

De tabela em tabela, o Benfica ia criando oportunidades. Foi assim que chegou ao terceiro golo, apontado por Enzo Pérez, após combinação com Rodrigo (59m).

A Académica só criou perigo depois, e em duas ocasiões. Primeiro com um cabeceamento de Rafael Lopes (68m), lançado ao intervalo, e depois com um livre de Marcos Paulo que ainda tirou tinta ao poste (74m).

Mas na verdade esteve mais próximo o quarto golo do Benfica do que o tento de honra da Briosa. É que Rodrigo e Salvio ainda acertaram nos ferros (63m e 90m), antes de Ricardo negar o «hat trick» a Lima no último lance.