O FC Porto órfão de treinador é por esta altura um tema dominante no campeonato português, e foi precisamente num evento relacionado com a Liga, esta terça-feira, que Costinha comentou a atualidade dos azuis e brancos.

O antigo jogador dos dragões lamentou o despedimento de Julen Lopetegui, mas realçou a necessidade de o FC Porto encontrar um técnico que tenha presente a cultura do clube.

«Por vezes são contingências do jogo que ninguém domina mas que podem acontecer, e fragilizam ainda mais o papel de um treinador. A decisão recaiu sobre o treinador. O que o FC Porto tem de procurar é servir os seus interesses o melhor possível e tentar encontrar um treinador que se assemelhe aquilo que é a cultura daquela casa», referiu.

Costinha assegurou não ter nenhuma aposta, mas deixou escapar um nome que parece ter a sua preferência, Nuno Espírito Santo.

«Não tenho aposta nenhuma. Todos os treinadores de que se tem falado são de qualidade, são treinadores que também estão a treinar, tirando o Nuno Espírito Santo, que é alguém que tem a marca da casa, que criou a célebre frase “Somos Porto”, que conhece muito bem a forma como se trabalha naquela casa. A decisão estará do lado de Pinto da Costa e da sua direção», adiantou Costinha, sublinhando, contudo, que a eleição de um treinador com estas características pode não ser suficiente.

«Tudo depende da forma como os jogadores interpretarem aquilo que o treinador pretende. Obviamente ser alguém que já esteve naquela casa a instruir pode tornar tudo mais fácil, mostra a forma como aquela casa se comportou no passado, sobretudo no terreno, mas os jogadores serão determinantes para as coisas andarem bem ou mal. Não se pode colocar cultura num clube se o jogador não tem essa cultura»

«É muito difícil», continuou, «por isso penso que o FC Porto irá escolher uma solução, a melhor, com base na cultura, mas também é difícil ter uma cultura sem as referências, que não em torno do plantel. Na própria equipa há poucos jogadores com o saber do que é o FC Porto, do que é vir jogar a Lisboa. São esses os detalhes que estão a fazer falta ao FC Porto e que penso que o treinador deve neste momento reparar e dar uma imagem diferente»

Lopetegui chegou ao Dragão em 2014 para assumir o comando técnico da equipa até então comandada por Luís Castro, de forma interina, mas durou apenas ano e meio, um pouco mais do que o seu antecessor Paulo Fonseca. Duas situações distintas na opinião do antigo futebolista.

«São situações diferentes. O Paulo esteve longe de ter o plantel como o que teve Lopetegui. É óbvio que o FC Porto não pode… nem é apanágio estar afastado das decisões e dos títulos durante muito tempo. Os últimos dois campeonatos perdeu-os para o Benfica. Neste momento há um Sporting muito forte e a crescer, e começa a ficar uma margem de manobra muito reduzida para os três candidatos, onde apenas um pode ganhar», explicou.