Na reação a derrotas traumáticas na última jornada, Moreirense e Famalicão carregaram nos ombros o peso de protagonizarem um dérbi minhoto em Moreira de Cónegos. À partida a receita daria para um jogo interessante, entre duas equipas próximas na tabela. A prática demonstrou que faltaram quase todos os ingredientes.

Um central numa bola parada, acabou por ser o condimento que deu algum sabor ao embate. Num jogo pobre, em que o risco demasiado calculado tirou margem de erro ao embate, foi Maracás a desfazer o nulo já na reta final do encontro (1-0). Madson, acabado de entrar assistiu de cabeça ao segundo poste, o central confirmou os três pontos para o Moreirense.

Triunfo cónego após a derrota pesada (5-0) no Dragão, a impor aos famalicenses a segunda derrota consecutiva depois do desaire frente ao Braga num jogo com um final dramático em que o Famalicão perdeu no último lance. Antes do golo sofrido o Famalicão atirou uma bola ao travessão.

Jogar no erro sem o provocar

O dérbi minhoto entre Moreirense e Famalicão começou por arrancar um enorme bocejo à plateia, não se registando lances de verdadeiro perigo em qualquer uma das áreas. Um remate aqui, um cruzamento ali, um passe longo hipoteticamente perigoso ou uma bola parada nunca deixaram de ser apenas potencialmente perigosos.

As duas equipas correram pouco riscos, jogando essencialmente no erro adversário. Mas, com um risco tão calculado de parte a parte, nem o conjunto de Rui Borges nem o conjunto de João Pedro Sousa ousaram provocar o erro, pelo que a primeira parte do jogo foi uma completa nulidade.

Com as balizas a serem meros adereços, Moreirense e Famalicão não conseguiram adaptar-se ao figurino e mantiveram-se na expetativa com o cronómetro a ir reduzindo o tempo de manobra para se fazerem coisas diferentes.

Famalicão abana a trave, Moreirense abana as redes

Uma ligeira subida de rendimento do Famalicão no arranque da segunda metade, conquistado alguns pontapés de canto, levou Rui Borges a fazer duas alterações, duas trocas diretas no setor mais adiantado, estreando o brasileiro Mingotti no ataque. Mexeu com o jogo, travou o ímpeto famalicense, mas sem capacidade para dar chama aos cónegos.

Num embate que continuou demasiado embrulhado em que qualquer um dos lados conseguisse puxar a fita do desembrulho, a um quarto de hora do fim o Gustavo Sá atirou de cabeça ao ferro. Poucos minutos depois foi o Moreirense a arrecadar o presente, apontando o único golo do encontro.

Madson faz a assistência de cabeça ao segundo poste, na sequência de um canto, sendo Maracás a apontar o tento solitário do jogo. O final foi emotivo, a ter a intensidade que faltou todo o jogo, mas apesar do assédio o Famalicão não se conseguiu aproximar dos cónegos na tabela.