O Casa Pia deu a volta à Capital do Móvel e venceu por 3-2. Os gansos conseguiram uma recuperação incrível na segunda parte e viraram o jogo num abrir e fechar de olhos. O melhor que o Paços conseguiu foi reduzir para 3-2 no último minuto.

Um triunfo justíssimo da equipa lisboeta que (muito provavelmente) terá como consequência a saída de César Peixoto do comando dos castores. Em seis jogos, os pacenses não somaram qualquer ponto e têm, antes do Marítimo entrar em campo, o pior registo da Liga - é, também, o pior registo do clube no primeiro escalão.

A ideia do jovem treinador é de ter posse de bola, de circular e de chegar com critério ao ataque. Foi o que se viu, de resto, na primeira parte. O Paços de Ferreira praticou bom futebol, conseguiu ligar jogo pelo corredor central – a pressão contrária não era a ideal – e as oportunidades de golo surgiram.

Adrián Butzke, de regresso à equipa titular, teve na cabeça o 1-0. Não marcou aos dez minutos, marcou volvidos sete na sequência de uma boa transição. Luiz Carlos, outra cara nova no onze, lançou o espanhol que resistiu à carga de Vasco Fernandes e abriu o marcador.

Pese as oportunidades e a capacidade para sair a construir desde a área, o resultado não traduzia o que se estava a passar. O Casa Pia criou, por seu turno, uma excelente ocasião para marcar: Tiago Soares aproveitou a linha alta do Paços para fugir a Uilton e servir Rafael Martins, mas o avançado fez o mais difícil: falhou o remate.

Mas em desvantagem no marcador, a equipa de Filipe Martins retraiu-se enquanto os castores cresceram. Ricardo Batista foi obrigado a aplicar-se para travar o remate de Kayky a melhor jogada do Paços em todo o jogo.

Quem viu a primeira parte, jamais imaginou que o Paços iria colapsar totalmente no segundo tempo. A equipa mostrou confiança com bola, capacidade para jogar e colocar em prática, possivelmente, o que treina. Enfim, não parecia uma formação com medo da própria sombra.

No entanto, os fantasmas estavam lá. E esses fantasmas voltaram a pairar sobre a Mata Real quando depois de uma perda de bola de Kayky, Godwin fugiu pela esquerda e igualou a contenda. Era uma questão de tempo até o Paços cair e nem foi preciso esperar muito, visto que dois minutos depois, Neto assinou a reviravolta.  

Para o bem e para o mal, os castores morreram agarrados à sua ideia e do seu treinador. O que fez de bem na primeira parte, executou mal na segunda. Os golos dos gansos nasceram de duas perdas de bola a meio-campo do Paços.

César Peixoto arriscou, colocou homens com características mais ofensivas, mas o destino do Paços e quiçá o seu, já estava traçado. É certo que os jogadores tentaram, ainda viram uma bola bater no poste da baliza de Ricardo e lograram mesmo novo golo, mas nessa altura já o marcador assinalava 3-1.

O Casa Pia, que parece uma equipa bem mais adulta, fechou o jogo com uma jogada construída por dois futebolistas que saltaram do banco: Baró conduziu e serviu Clayton para o 3-1 final. O golo de Butzke, no último suspiro, pouco ou nada mudou, uma vez que o jogo acabou de seguida.