O Vitória de Guimarães provou que o empate caseiro com o Benfica não foi fruto de mero acaso e deu uma demonstração de regularidade na Mata Real, com a vitória por 1-0 sobre o Paços de Ferreira. A partida ficou decidida com um golo solitário de Nélson da Luz. Por sua vez, os homens de César Peixoto continuam sem vencer na Liga e a «luz» cada vez menos se vê ao fundo do túnel.

Um mal atrás do outro transforma-se numa bola de neve e, nesse sentido, a infelicidade do Paços de Ferreira já não é de agora. O início de jogo na Capital do Móvel foi prova disso mesmo. Pacenses com mais bola, mais iniciativa, a mostrar que querem dar a volta ao mau momento, mas a sofrerem um rude golpe.

O castor investiu no início, mas de forma inofensiva, enquanto os vitorianos fizeram-no com letalidade. Nélson da Luz já tinha demonstrado que era pelo lado esquerdo que poderia fazer mossa e, ainda antes dos 10 minutos, apostou na velocidade relâmpago para encandear Ferigra e beneficiar do poste para empurrar a bola para o fundo das redes, iluminando o resultado.

César Peixoto via em campo uma equipa a dar tudo de si, mas a não traduzir esse esforço em golos. Adrián Butzke, muito sozinho na frente, era o rosto do espírito pacense, mas os remates acabaram sempre nas mãos de Bruno Varela, fora do alvo ou até no poste.

Se o Vitória tinha dado o golpe a partir da esquerda, o Paços tentava replicar a fórmula. Antunes lançava Zé Uilton, o extremo imprimia velocidade e Matchoi Djaló acrescentava-lhe racionalidade. A dinâmica dos castores na esquerda era tal que não passava despercebida a Moreno. O técnico dos vimaranenses via o perigo pacense a escassos metros de si e «aqueceu as orelhas» a Zé Carlos e André Amaro.

Os raspanetes, porém, de nada valeram, já que Amaro só conseguiu travar a magia de Djaló em falta e viu o segundo cartão amarelo, seguido de expulsão (41m).

A segunda parte foi disputada de outra forma, tal como já se projetava. O Vitória recuou, o Paços avançou e César Peixoto até apostou numa dupla de avançados, amolecendo o meio-campo.

Apesar do maior pendor ofensivo, o nervosismo apoderou-se sempre dos homens da casa, que desperdiçaram inúmeras oportunidades de golo, acusando a pressão pelo pior arranque da história na Liga.

Na reta final do encontro, Antunes (90+m) e Nuno Lima (90+3m) ainda viram o segundo cartão amarelo e, a jogar com nove, a equipa pacense perdeu toda a capacidade para fazer, no mínimo, o 1-1, que traria outra luz e justiça ao resultado.

Se não há mal que sempre dure nem bem que não se acabe, ainda não foi desta que o ditado se fez valer em Paços de Ferreira.

É que o bom momento do Vitória, catapultado pelo empate caseiro com o líder Benfica, prolongou-se na Mata Real, enquanto o azar pacense parece tardar em ir embora.

O Paços de Ferreira chega à nona jornada com apenas dois pontos e ainda sem qualquer vitória, arriscando-se a descer ao último lugar nesta ronda. Já o Vitória, continua no nono lugar, com o conforto de 14 pontos.