No futebol, como em quase tudo na vida, há uma grande diferença entre querer e poder. 

O duelo de vizinhos entre Penafiel e Paços mostrou isso, de forma quase cruel: a equipa da casa quis mais, os forasteiros souberam lá chegar. 

Com mérito de Cícero, que não falhou no momento de concretizar. E com alguma sorte, também: o Paços até revelou momentos de pouco futebol, mas na hora da verdade soube resolver.

Injusto? Em futebol, não faz muito sentido falar nesse critério. A menor experiência penafidelense terá pesado. E também é verdade que a expulsão de João Pedro comprometeu as últimas esperanças de reviravolta.

Boa primeira parte

A primeira parte foi boa, mas faltaram os golos. O Penafiel, talvez por estar a jogar em casa, quis mais: procurou a sorte, atacou, chegou perto, mas na verdade nunca conseguiu ser suficientemente perigoso para dar a ideia de que estaria próximo do 1-0.

Mais objetivo, o Paços foi aguentando os impulsos ofensivos do adversário e, não raras vezes, tentou surpreender em saídas rápidas. Manuel José, por duas vezes, estevem bem perto de fazer o 0-1, com remates fortes e colocados.

Ainda que a jogar menos que o Penafiel, o Paços só não chegou ao intervalo a vencer graças a Haghighi, credenciado guarda-redes iraniano, que esteve no Brasil-14 e confirmou, logo na estreia, ser um guardião seguro e personalizado.

Cícero a resolver

O segundo tempo mostrou coordenadas relativamente idênticas. O Penafiel a jogar mais, a atuar mais próximo da baliza adversária. O Paços a ser mais eficaz, defendendo q.b. e revelando sinais progressivos de poder chegar ao 0-1.

E esse 0-1 aconteceu mesmo: Cícero resolveu, o resto da equipa aguentou. Rui Miguel, avançado do Penafiel que entrada minutos antes, tanto tentou o golo que não merecia tal destino.

O Paços ganhou ao terceiro jogo. E ao primeiro duelo sem um grande. O Penafiel soma três derrotas seguidas nos três primeiros jogos. Nada que não se imaginasse.