A FIGURA: Pedrinho

Quase todo o jogo ofensivo do Gil Vicente passou por ele, que desempenhou na perfeição esse papel de responsabilidade. Onde Pedrinho era necessário, Pedrinho estava. Pedrinho foi, no fundo, Pedrão nesta quarta-feira à noite. Porque brilhou e porque permitiu que outros também brilhassem. Combinou na perfeição com Samuel Lino na jogada do 1-0 e assistiu para 2-0 de Aburjania. Na segunda parte, nos períodos nos quais os gilistas conseguiram largos momentos de posse de bola, soube sempre o que lhe fazer, fosse para a prolongar, fosse para colocar a Luz em sobressalto, como quando abriu caminho para cara a cara de Leautey com Vlachodimos. QUE EXIBIÇÃO DE LUXO!

 

O MOMENTO: o 2-0 de Aburjania. MINUTO 65

O Benfica tentava chegar ao empate e o Gil, personalizado, não deixava de ter os olhos na baliza contrária. Aos 65 minutos, logo após Vlachodimos negar o segundo golo dos minhotos, o médio georgiano passou das ameaças aos atos e fez o 2-0 com a nuca. A partir daí, só uma quebra enorme do Gil e um crescimento grande dos encarnados poderia mudar o rumo do jogo. E nada disso aconteceu. Logicamente.

 

OUTROS DESTAQUES

Vlachodimos: o melhor do Benfica nesta noite. Fez duas defesas soberbas que podiam ter permitido ao Gil Vicente regressar a casa com um resultado (ainda mais) histórico.

Gonçalo Ramos: o único jogador do ataque do Benfica que conseguiu causar desconforto à linha defensiva do Gil. Teve uma grande oportunidade na cara de Andrew já depois de ter sido derrubado pelo guardião dos minhotos numa jogada em que estava em fora de jogo. Na perto do fim da segunda parte, pegou na bola na direita e entregou o empate ao brasileiro, que tentou puxar para o melhor pé quando podia ter rematado de primeira quando estava sozinho. Marcou já perto do apito final, reacendendo uma ténue luz de esperança. Não é um ponta de lança clássico, mas é (muito) jogador de equipa. Como poucos têm mostrado sê-lo no Benfica nos últimos tempos.

Grimaldo: quando um dos elementos mais esclarecidos de uma equipa a nível ofensivo é um defesa, estamos (parcialmente) conversados. Bateu um livre que não esteve na origem do golo inaugural do Benfica (ainda antes do 1-0 do Gil) porque Artur Soares Dias descortinou uma falta de Vertonghen e teve uma grande abertura para Otamendi já nos instantes finai da primeira parte.

Samuel Lino: quem não o conhecia e abriu a boca de espanto quando viu o ser nome ligado ao Atlético Madrid, aqui está ele, senhoras e senhores, e a razão para o assédio de clubes maiores. Tem velocidade, tem técnica, tem leitura de jogo e tem golo. Inaugurou o marcador aos 11 minutos, quando desequilibrou na meia esquerda, tabelou com Pedrinho e depois trocou as voltas a Vertonghen (e a Vlachodimos) com uma facilidade tremenda. Já perto do final da primeira parte quase serviu Talocha para o 2-0.

Talocha: seguro no plano defensivo e arisco nas chegadas lá à frente, onde foi desenhando boas combinações com Samuel Lino. Como já escrevemos, esteve perto do 2-0 ainda na primeira parte e a abrir a etapa complementar teve um remate perigoso.