Paulo Sérgio, treinador do Portimonense, em declarações reproduzidas pela Lusa após o encontro entre os algarvios e o Rio Ave, da 27.ª jornada da Liga:

«Não somos obrigados a ganhar jogos, porque o futebol tem três resultados possíveis, mas somos obrigados a deixar tudo dentro de campo. É o que isso [pontuar muitas vezes com golos nos descontos] reflete. É uma equipa que tem muito caráter, que é determinada e, quanto a isso não, se pode apontar nada a ninguém.

É um resultado justo. Nós tínhamos um plano de jogo no primeiro tempo, mas não foi bem interpretado. A flutuação do André Pereira, de baixar no campo, tinha de ter acompanhamento para ser feito por um central. Do meu lado, ainda conseguia corrigir algumas vezes, mas do outro lado não e o Rio Ave encontrava como ligar e causou-nos problemas no primeiro tempo.

Também a nossa pressão de dois homens na frente sobre os centrais permitia libertar o terceiro central, no lado oposto ao meu, onde não conseguia corrigir, dando oportunidade ao Rio Ave de ter uma qualidade superior à nossa no primeiro tempo.

O segundo tempo já foi completamente diferente, porque a nossa pressão de três contra três obrigou o Jhonatan a bater a maior parte do tempo e nós também jogámos melhor as segundas bolas.

Fomos amassando, fomos criando, podíamos ter chegado ao empate mais cedo, mas o Rio Ave [aproveita] um atabalhoamento defensivo nosso [no 2-0]. É muito infantil como se permite que um central vá fazer um cruzamento na linha de fundo.

Isso foi um soco dos fortes, mas ainda havia tempo para jogar. Apostámos em explorar o espaço nas costas, criámos ali umas quatro ou cinco situações que podiam ter dado golo mais cedo e, além disso tudo, ainda conseguimos fazer dois golos.

Acreditámos muito que era possível até final e fomos premiados por esse esforço, por essa dedicação e por querer inverter o rumo das coisas.

O Yony González [substituído aos 68 minutos, saiu de maca e com colar cervical] levou uma pancada na cabeça numa disputa. Víamo-lo algo atrapalhado, mas dava sinais positivos, ficámos algum tempo na dúvida, mas o doutor estava preocupado e resolvemos tirá-lo. Está no hospital para ser observado e não temos notícias até ao momento.»