Muitos erros individuais e coletivos e uma hora a jogar com dez elementos redundaram numa goleada sofrida pelo Sporting, frente ao PSV, no último jogo dos leões na Suíça.

A expulsão de Aquilani condicionou o encontro, mas convém sublinhar que aí, aos 34 minutos, já os de Alvalade tinham sofrido dois golos, com culpas próprias apenas. O Sporting pode reclamar um penálti claro que o árbitro não viu, mas isso seria relativizar em demasia aquilo que se passou sobre o relvado, com erros de jogos anteriores visíveis nesta segunda-feira de novo.

O PSV apresentou um onze bem rotinado e nos primeiros momentos do encontro apanhou o Sporting desconcentrado. O lance que origina o penálti de Naldo, aos 5 minutos, evidenciou isso mesmo.

A equipa de Eindhoven marcou rápido uma falta a meio-campo, apanhou espaço no corredor central e chegou à área, com o brasileiro a fazer falta. De Jong fez o 1-0. Como se vira em partidas anteriores, houve demasiado espaço entre linhas leoninas, algo que o PSV aproveitou bem nessa jogada.

Ora, depois do erro coletivo, vieram os individuais, numa altura em que o Sporting equilibrara o jogo. Aquilani quis sair a jogar numa falta no meio-campo holandês, adiantou a bola e o PSV intercetou. A bola voou para o lado contrário, João Pereira deixou-a bater e foi disputar um lance de cabeça com Maher. O holandês foi mais alto e mais forte, e partiu com Locadia para a cara de Stojkovic. Na área, foi só tocar para o lado e o colega encostar para o 2-0 (21min).

Dez minutos depois, novo erro, mas agora do árbitro. Matheus Pereira foi derrubado na área, num penálti claro que o juiz do encontro deixou passar. A juntar à falha do árbitro, juntou-se o protesto de Aquilani que viu um primeiro cartão amarelo. Três minutos depois, o italiano foi expulso. Percebeu-se algum nervosismo do lado leonino com as decisões do juiz, mas numa jogada a meio-campo, Aquilani deixou de pensar na bola por um segundo e foi às pernas de Willems. O árbitro mostrou-lhe o segundo amarelo e, a partir daí, começou um novo jogo, já depois de Bruno de Carvalho ter entrado em campo em protesto.

RECORDE O AO MINUTO

Com dez unidades e perante um adversário que se mostrava capaz ter a bola e de furar linhas, o Sporting teria de juntar mais os setores e encarar um novo tipo de encontro. Isso não aconteceu e chegou novo golo holandês. As culpas maiores cairão para Stojkovic, que defendeu uma bola para a frente e permitiu uma recarga fácil de Hendrix, mas antes Pereiro recebera entre o meio-campo e defesa leonina, cheio de espaço: rodou e disparou sem oposição. A falha do guardião fez o resto. 

Já no segundo tempo, Stojkovic voltou a ficar um pouco mal na imagem no 4-0 – a bola entrou no meio da baliza, apesar de algum efeito que levava - mas, mais uma vez, um jogador do PSV rematou sem qualquer oposição à entrada da área, após um canto.

Ou seja, o jogo era isto: o PSV trocava a bola com à vontade significativo, o Sporting via-se e desejava-se para conseguir estancar o campeão holandês. Jefferson era colocado várias vezes em apuros pelas movimentações pelo seu lado e assim surgiu o 5-0 final. Espaço nas costas do lateral, Narsingh solto para a área, cruzamento e De Jong a antecipar-se a Naldo.

Era o 14º golo sofrido pelo Sporting em quatro jogos na Suíça. Seria, também, o último, pois Jesus lançou jogadores que, pelo que se viu de antes e de agora, estão bem mais próximos da titularidade do que aqueles que iniciaram o jogo com PSV.

Schelotto, Ruben Semedo (por lesão de Ewerton), Ziegelaar, Bryan Ruiz, Gelson e Slimani, terminaram o encontro. A diferença foi grande para quem tinha estado antes em campo, numa partida em que um remate forte de Alan Ruiz (32min) foi o melhor que o ataque produziu. 

Assim, a leitura a fazer deste jogo, e extrapolada para o resto do estágio, é a seguinte: faltam quatro campeões europeus ao Sporting, as pernas pesam na pré-época (o Mónaco ia em fase mais adiantada), os adversários como este PSV (exceção ao Nyon, única vitória) têm nome; e é inegável que Jesus tem mais trabalho pela frente agora, do que há um ano, tantos foram os erros acumulados em quatro encontros.