* por Rui Paiva

Depois do temporal, não veio a bonança para o lado do Benfica.

Depois do mau tempo no domingo, que obrigou à interrupção do jogo nos minutos iniciais, o tempo estava bem mais favorável para a prática do futebol esta segunda-feira. Apesar do muito vento, a chuva só caía a espaços, timidamente. O relvado, esse, aguentou-se e permitiu o encontro. Com o placard a assinalar 4 minutos e 50 segundos, o jogo retomou com um lançamento lateral a favor do Santa Clara.

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E na retoma, as duas equipas pareciam estar com ‘fome de bola’. O Benfica assumiu a posse de bola, mas não conseguia penetrar no último terço do terreno devido ao bloco compacto e solidário do Santa Clara. Com as linhas muito juntas, a equipa açoriana procurava tapar todos os buracos e pressionar rapidamente o homem ‘encarnado’ com bola.

Os minutos foram passando, o Benfica foi dominando a posse de bola, mas apresentava dificuldades no último passe. Já o Santa Clara procurava manter a equipa junta, organizada e não se inibia de trocar a bola quando era preciso. Quando possível, procurava explorar o contra-ataque: aos 30 minutos, Jean Patric recuperou a bola ainda no seu meio-campo, executou uma corrida maradoniana até à baliza contrária, mas na hora ‘H’, viu o remate travado por um crucial corte de Vertonghen.

Aos 33 minutos, bastou a defensiva açoriana facilitar para a resposta ‘encarnada’ ser fatal. Através de uma excelente triangulação, a ofensiva benfiquista desmontou os defesas do Santa Clara e a dupla Waldschmidt/Darwin voltou a dar frutos. O alemão combinou com Rafa, assistiu Darwin e o uruguaio não facilitou. Tudo ao primeiro toque – estava feito o 1-0.

Catapultado com o golo, três minutos depois o Benfica esteve próximo do segundo. Cruzamento de Rafa e Waldschmidt, solto de marcação, rematou ao lado do poste esquerdo. Em vantagem, o Benfica ficou mais confortável no encontro e passou a trocar a posse de bola no meio campo contrário, sem, contudo, criar grandes oportunidades de golo. No final do primeiro tempo, a posse de bola era clara: 64 por cento para o Benfica, 36 para o Santa Clara. O Benfica já não conseguia estar em vantagem ao intervalo nas últimas três deslocações (Boavista, Marítimo e Gil Vicente).

Com pouco tempo decorrido do segundo tempo, um choque duro entre as cabeças de Jean Patric e Gilberto (levando os açorianos a pedir penálti) obrigou a que ambos fossem substituídos.

Para a segunda parte, a equipa de Daniel Ramos apareceu com vontade de mudar o marcador. Mais confiantes, os jogadores do Santa Clara instalaram-se no meio-campo contrário e pareciam colocar a defesa do Benfica em sentido.

E a vontade seria recompensada: aos 60 minutos chegaria o golo do empate. Cruzamento largo de Lincoln, Cryzan executou um remate acrobático e, no meio da confusão, Fábio Cardoso cabeceou certeiro para o fundo das redes açorianas.

Mas, após o golo, os açorianos não se meterem à defesa. Aos 68m, num contra-ataque vertiginoso, Lincoln assistiu de bandeja Nené, mas o açoriano acabou por perder o equilíbrio e permitiu a defesa do guarda-redes do Benfica. O jogo perdeu a organização, mas ficou repartido com o perigo a rondar ambas as balizas. As duas defesas estiveram em sentido, mas acabaram por evitar a criação de oportunidades de golo.

O cronómetro ia avançando e, a cheirar a empate, o Benfica carregou para tentar chegar à vitória. Os ‘encarnados’ passaram a jogar no meio-campo contrário e despejaram várias bolas para a área de Marco.

Esforçada, e com alguns calafrios à mistura, a linha defensiva do Santa Clara foi conseguindo aliviar o perigo da baliza de Marco. E conseguiu, com sucesso, travando o Benfica nos Açores. Depois do temporal, não veio a bonança para o lado do Benfica.