O decorrer da semana colocou um ônus diferente na receção do Sp. Braga ao Arouca. António Salvador anunciou Daniel Sousa como técnico dos guerreiros para a próxima época e foi impossível dissociar isso do encontro. Resultado: o técnico já ganha na pedreira, mas ainda em tons de amarelo. Prestação personalizada do Arouca (0-3) com dois golos de Mujica.

Com Rui Duarte no comando técnico, substituindo Artur Jorge, o Sp. Braga podia pressionar o FC Porto, mantendo a série positiva que ia em sete jogos sem perder. Mas, bateu-se com um Arouca extremamente competente, organizado e a saber perfeitamente o que fazer em campo, tendo no trio da frente – Jason, Mujica e Cristo – um foco de perigo constante.

Primeiro triunfo da história da equipa da Serra da Freita em Braga, à boleia de dois golos ainda na primeira metade num momento em que os arouquenses se sobrepuseram sem margem para dúvidas à equipa da casa. O início da segunda metade foi de sofrimento, mas o Arouca resistiu e ainda teve fôlego para fechar a contagem com um terceiro tento em cima da hora.

Meia hora de masterclass e dois golos de vantagem

A entrada em campo personalizada do Arouca, a não recear ter bola e a atuar a toda a extensão do terreno de jogo, foi, desde logo, um anúncio do que seria o final de tarde na pedreira. O conjunto de Daniel Sousa teve capacidade para anular o poderio ofensivo bracarense e, com simplicidade, transpôs a barreira de pressão e apareceu diversas vezes com vários homens na frente.

Dois golos de margem ao intervalo eram lisonjeiros para os bracarenses, que viram Matheus fazer duas intervenções providenciais e o poste devolver um remate de Cristo. Foi na sequência de um canto – a seguir a uma das defesas do guarda-redes bracarense – que o Arouca se colocou na frente do marcador. Jason, do lado esquerdo, teve tempo para se enquadrar depois de jogar de maneira curta, sendo Serdar, ao tentar cortar, a introduzir a bola na própria baliza.

Cinco minutos depois foi Mujica, o melhor marcador dos arouquenses, a abanar novamente as redes. Perda de bola em zona proibida dos arsenalistas, a levar o Arouca para a sua zona de conforto. Cristo recupera a bola e lança, de pronto, o avançado espanhol, que ganha em velocidade a Serdar e dribla Matheus antes de atirar.

Sufoco foi parcial e ainda deixou para respirar

A resposta do Sp. Braga foi tremenda no arranque da segunda metade. Rui Duarte trocou Abel Ruiz e Joe Mendes por Ricardo Horta – regresso à competição após um mês lesionado – e Álvaro Djaló, pondo ainda mais tração à frente à sua equipa. Os guerreiros impuseram sentido único ao jogo e montaram o cerco à área arouquense em momentos de autêntico sufoco.

Foi valendo Arruabarrena a segurar as pontas nesse momento, até ao conjunto da Serra a Freita voltar a organizar-se e ter capacidade para se estender até ao ataque, voltando a causar calafrios. Ficou aberto, portanto, o jogo, com lances ofensivos junto das duas áreas, com maior predominância para o Sp. Braga.

Não teve poder de fogo o Sp. Braga, ficando pela primeira vez em branco em casa esta época, confirmando-se a vitória do Arouca, que ainda teve mais um golo. O remate de Jason desvia acidentalmente em Mujica, dando o segundo da tarde  Mujica, o terceiro do Arouca.