Acabado de ganhar a Taça da Liga, numa série de três triunfos, o Sp. Braga fechou a jornada 19 do campeonato com Ricardo Horta a exibir o troféu na pedreira antes do jogo com o Desp. Chaves. Momento de festa perante o último classificado, mas o lanterna vermelha acabou por ofuscar os guerreiros, saindo da pedreira com um empate (1-1).

Lento nos seus processos, com um jogo pastoso, o Sp. Braga até esteve na frente – golo de Zalazar – mas permitiu que os flavienses chegassem ao empate num pontapé de canto  por Steve Vitória e, desta vez, o pressing final acabou por não ter o efeito do costume. Massacrou o Sp. Braga nos 14 minutos que o jogo se estendeu para lá dos noventa, mas não conseguiu ser feliz.

Sem conseguir vencer qualquer um dos últimos sete jogos, o Desportivo de Chaves amealha um ponto importante, igualando o Vizela na tabela. O Sp. Braga isola-se no quarto lugar, com mais um ponto do que o Vitória, mas perde margem para o trio da frente. Numa noite em que foi melhor, era preciso mais para sorrir.

Embalo perigoso

Numa série positivo, embalado por três vitórias consecutivas – a última das quais proporcionando a conquista da Taça da Liga – o Sp. Braga recebia o lanterna vermelha da classificação, naquele que seria, na teoria, um jogo no qual era favorito. A postura dos dois conjuntos em campo assumia também isso.

Mais bola dos bracarenses, mais domínio territorial perante um Desportivo de Chaves retraído e apostar essencialmente em possíveis contragolpes que pudessem apanhar a equipa de Artur Jorge. Mas, o Sp. Braga foi lento na circulação de bola, pouco acutilante e demasiado previsível.

Ia conquistando cantos e passes lateralizados em busca de um momento em que fosse possível desmontar a organização adversário e chegar de forma mais promissora a zonas de finalização. Mas, o tal embalo acabou por se tornar perigoso para um conjunto bracarense que mesmo dominando não criava grandes lances de perigo.

Steven anula Zalar

A realidade é que, mesmo sem deslumbrar, o Sp. Braga lá efetivou o seu domínio e chegou-se à frente no início da segunda metade. A maior capacidade técnico deu frutos ao minuto 53, com Borja a trabalhar pela esquerda, fazendo o cruzamento para Abel Ruiz disparar de primeira, Hugo Souza ainda fez uma primeira defesa, à queima-roupa, mas já nada pôde fazer perante a recarga de Zalazar.

Foi, contudo, uma vantagem que durou pouco tempo – onze minutos. Sem capacidade de resposta, o Desportivo de Chaves conseguiu empatar ao minuto 64 na sequência de um pontapé de canto. Kelechi colocou na área, Steven Vitória ganhou de cabeça e desviou sem hipóteses para Matheus, restabelecendo a igualdade.

Agarrou-se a este ponto na meia hora final o Desportivo de Chaves, tentando segurar a reação arsenalista. Fez por carregar o conjunto de Artur Jorge, mas com mais vontade do que discernimento, à espera que um filme já visto esta época voltasse a dar frutos: conseguir resolver a situação fora de horas.

Arrastou-se a indefinição até aos derradeiros minutos, pausou o jogo o Desportivo de Chaves, acabando o jogo por ter catorze minutos de compensação. Poucos se jogaram dadas as constantes paragens por parte dos jogadores flavienses. Nervos nos bancos, desperdício dos arsenalistas e um ponto para cada lado. Com muito mais sabor para os de lá do Marão.