Em Chaves, o Sporting demorou 44 minutos a abrir a porta. Mas quando o fez, partiu para uma vitória segura e tranquila. O leão dobrou o Marão com êxito, superou o frio e a chuva e dobra a Liga na liderança, antes do início da segunda volta em Vizela.

Depois do golo de Paulinho em cima do intervalo e de um início de segunda parte letal, com os golos de Francisco Trincão (52m) e Pedro Gonçalves (56m), o leão embalou para uma noite de sossego longe de Alvalade… e também longe dos sustos que foi apanhando noutras deslocações.

Com um marcador em bom português, os leões evitaram percalços como os das derrotas na Luz e de Guimarães, ou as vitórias com sobressalto em Portimão, Faro e com o Casa Pia. É um facto: foi, não só a vitória mais expressiva do Sporting fora de portas no campeonato, como a mais sólida e serena.

No duelo de extremos da Liga, entre primeiro e último classificado, separados por 29 pontos, Ruben Amorim apostou em Pedro Gonçalves ao lado de Hjulmand no meio, manteve Trincão e Paulinho junto a Gyökeres e só lançou Coates para a segunda parte, na vez do titular Eduardo Quaresma. Moreno estreou o reforço Vasco Fernandes e colocou-o como se fosse um trinco, entre a linha média e a mais recuada, para tentar anular um Sporting que, aos poucos, foi mostrando que devia a si mesmo a vantagem. Ou a Hugo Souza.

Com Gyökeres alvo de marcação cerrada e um Chaves atento ao ataque à profundidade, o Sporting foi encontrando, aos poucos, outros espaços entrelinhas. Abriu o livro com três ocasiões em três minutos, dos 11 aos 13. Primeiro, Hugo Souza negou os golos a Gyökeres e Esgaio. Depois, Gyökeres e Trincão viram a porta fechada e a seguir foi Paulinho a encontrar Hugo Souza.

Com uma dinâmica forte até à meia hora de jogo, apareceu depois o desperdício de Pedro Gonçalves, que após um primeiro aviso num remate ao seu estilo (20m), foi perdulário na cara de Hugo Souza. Mérito para o guarda-redes do Chaves, que só não negaria a finalização de Paulinho na área, após um canto de Trincão que desviou no braço de Vasco Fernandes.

Não foi de bola corrida como tanto tentou, foi de bola parada. O golo foi o tónico ideal para o Sporting em cima do intervalo e complicou ainda mais a missão de um Chaves que teve um par de saídas interessantes na primeira parte, mas sem causar grande perigo para Adán e companhia.

Resolver cedo no regresso para descansar

Já com Coates em campo, o Sporting precisou de apenas 11 minutos para dar a sentença no jogo e descansar um pouco mais num janeiro exigente.

Fê-lo, primeiro, à boleia de uma bela finalização de Trincão: de primeira, de pé esquerdo, não deu hipóteses a Hugo Souza após cruzamento de Nuno Santos. Quatro minutos depois, Pedro Gonçalves, ao lado de casa, tinha as chaves do descanso no remate colocado para o 3-0.

Por esta altura, já Moreno tinha mudado a dupla de meio-campo (Morim e Kelechi), à procura de outras coisas com o reforço Guzzo também em estreia e Jô, que assumiu a ala direita, com a passagem de Rúben Ribeiro para zonas mais centrais. Mais tarde, João Pedro, Abass e Carraça também foram a jogo, mas o início de noite não deu grande trabalho a Adán. O Chaves teve mais rasgo ofensivo, mas até foi o Sporting a ficar mais perto do 4-0, não fosse Hugo Souza emendar uma primeira defesa a cruzamento de Pote e uma investida de Gyökeres.

Com o jogo completamente controlado, Amorim ainda lançou Bragança, Luís Neto e Essugo (no corredor direito) para os minutos finais e o Sporting, depois de abrir a porta da vitória, também trancou a baliza e fez o que só por uma vez nas últimas sete jornadas (ante o FC Porto) tinha feito. Não sofrer golos.

O líder encontrou a chave da tranquilidade longe de Alvalade e atira a responsabilidade para o Benfica voltar a ficar a um ponto. Sabe, também, que vai tirar dividendos do FC Porto-Sp. Braga de domingo.