O clássico atrasou-se e só começou aos 46 minutos, depois de Sporting e FC Porto terem saído para o intervalo com um nulo óbvio pelo que sucedeu em campo.

Esse resultado, ao contrário do jogo, não mudou no segundo tempo, e traz consequências à tabela classificativa. A liderança azul e branca passou de uma distância de três para dois jogos, quando, é bom lembrar, falta todo o campeonato que foi disputado até agora.

A série vitoriosa do FC Porto foi travada em Alvalade, afinal por um leão de Keizer que até sabe como suster um ataque poderoso, físico e rápido como é este do dragão, mas no qual, sublinhe-se, apenas Brahimi se mostrou interessado em, realmente, chegar ao 19.º triunfo.

A pobreza de 45 minutos

A primeira foi tão pobre que nem merece muitas linhas sobre lances, mas requer algumas no plano estratégico. O Sporting esperou pelo FC Porto a meio-campo e retirou-lhe profundidade.

Os dragões não conseguiram ter a acutilância habitual, e recorriam a Brahimi para tentar agarrar o jogo: o argelino até ao flanco oposto foi buscar a bola, mas, sem opções, tentou fintar um rival que lhe caiu em cima com dupla marcação e, por vezes, tripla até.

A partida disputou-se, também, com o meio-campo leonino a tentar tocar rápido para sair de uma pressão mais alta do FC Porto. Com os azuis e brancos rápidos a chegarem rápido ao adversário, muitas jogadas se perderam, ora na decisão, ora na técnica leonina.

Por isso, os 45 minutos iniciais não tiveram um lance de perigo. Produziram um remate à baliza de Casillas que o espanhol defendeu e a única real coisa a registar foi a saída de Maxi para a entrada de Oliver.

De resto, o clássico estava tão pacífico, sem casos, que até as pombas aproveitaram o sol junto à área de Iker para apanhar sol e descansar.

O sócio de Brahimi, Militão e Mathieu

Posto tudo o que está acima escrito, o clássico, aquele verdadeiro entre dois rivais históricos e que lutam por um campeonato teve um raio de sol no segundo tempo.

Veio a emoção, que é como quem diz as jogadas de perigo, e com isso veio o público também, depois de tanta expectativa sobre o cartaz.

Ora, comecemos por onde acabou o primeiro tempo: Oliver Torres. Por fim, Brahimi teve alguém com quem se associar melhor e o FC Porto deu sinais de assumir o jogo através do médio espanhol.

É verdade que esse agarrar do jogo não foi duradouro, mas pelo menos levou uma das equipas para perto da baliza contrária.

Brahimi, claro, abriu na direita, Herrera combinou com Corona e este deu o golo a Tiquinho Soares. Habituado a caçar leões, o brasileiro atirou para o 1-0, mas Renan disse que o Sporting não merecia ficar a perder só por causa disso.

Seguiu-se um remate de Marega e, com pouca capacidade de penetrar numa área em que Militão mandou, o Sporting tentou de longe: Bruno Fernandes e Gudelj em dois momentos obrigaram Casillas a duas defesas apertadas.

O nulo persistia muito por causa dos centrais em campo. Coates e Mathieu de um lado, Felipe e Militão do outro. Este último raramente perdeu um lance para Bas Dost, enquanto do lado leonino, o francês foi imperial perante Marega, Tiquinho e quem mais lhe surgisse pela frente e ainda saiu a jogar.

O clássico foi mais pobre do que rico. Houve muito mais dos quatro defesas citados do que do resto, o que prova duas coisas. A equipa de Keizer também sabe defender e o FC Porto pode ser parado. Ficam separadas por oito pontos e essa tem de ser, ainda assim, uma boa notícia para quem vem à frente na luta pelo título.