*Por André Zamith
Numa tarde amena em que a chuva ainda ameaçou aparecer (registaram-se apenas alguns chuviscos na fase inicial do encontro), União e Arouca empataram a zero e viram a sua série de jogos sem vencer aumentar para quatro e três partidas, respectivamente. No cômputo geral, os madeirenses foram ligeiramente superiores, mas o empate aceita-se com toda a naturalidade, visto que os atacantes andaram desinspirados e viram os defensores adversários levar quase sempre a melhor.
Os unionistas voltaram a revelar uma forte coesão defensiva e somaram o terceiro jogo consecutivo sem sofrer golos, o que tem permitido à equipa que este ano regressou à Primeira Liga somar pontos de forma continuada e ser a melhor defesa do campeonato. Mas se na defesa as coisas estão bem, no ataque é que surgem os problemas… pela quarta vez consecutiva a equipa ficou em branco e só a Académica consegue ter pior pecúlio ofensivo (um golo dos estudantes contra dois dos madeirenses, ambos marcados na primeira jornada na vitória por 2-1 sobre o eterno rival Marítimo).
Quanto ao Arouca, mostrou-se longe do nível que já evidenciou esta época e só a espaços conseguiu criar perigo. É verdade que defensivamente até estiveram bem e conseguiram anular muitas das iniciativas contrárias, mas ofensivamente apenas um ou outro rasgo individual, especialmente de Ivo Rodrigues, era capaz de romper com a monotonia.
Na primeira parte as equipas encaixaram-se e o jogo teve poucas oportunidades, mas ainda assim algumas delas bem perigosas. Primeiro o Arouca, aos 5, num livre batido por Nuno Valente para o segundo poste, onde apareceu Nuno Coelho a jogar para Ivo Rodrigues, que rematou por cima. Depois o União, na sua melhor fase, aos 15 e 20 minutos. Na primeira, na sequência de um livre batido pelo seu capitão, Paulinho cruzou da direita para Edder Farías, valendo ao Arouca o corte in extremis de Hugo Basto para canto. Na segunda, após uma grande arrancada de Amilton, o ex-varzinista cruzou atrasado para Breitner, que, com uma simulação de corpo, tirou um adversário do caminho e rematou para a baliza. A bola ressaltou num adversário e sobrou então para Edder Farías que, com um remate espontâneo, testou os reflexos de Bracali, que se revelou à altura.
A resposta do Arouca surgiu apenas nos últimos minutos e ambas após arrancadas de Ivo Rodrigues. Na primeira, André Moreira defendeu de forma apertada e a bola sobrou para Artur, mas Joãozinho deu o corpo ao manifesto e evitou a festa dos forasteiros. Na segunda, foi Paulo Monteiro quem, em esforço, fez o corte.
Após o intervalo, o jogo ficou um pouco mais partido e as equipas remataram mais vezes, mas novamente sem sucesso. Destaque apenas para uma grande intervenção de André Moreira, num livre directo batido por Nuno Valente, aos 62, e para duas jogadas do União em que se gritou golo nas bancadas. Aos 74, quando Joãozinho e Kisley combinaram na esquerda e este último cruzou para a entrada de Edder Farías, aparecendo Velásquez a fazer o corte à boca da baliza. E aos 79, novamente com Kisley na jogada, Breitner recebeu do cabo-verdiano e cruzou para a área, onde Bracali saiu em falso, mas para bem dos seus pecados, Amilton não chegou à bola e ficou a milímetros do golo.
Sem golos, não houve festa nas bancadas e a divisão de pontos não agradou a ninguém, embora penalize e desagrade mais à turma da casa.
Liga
20 set 2015, 18:59
União da Madeira-Arouca, 0-0 (crónica)
Quando as defesas se sobrepõem aos ataques, não há festa para nenhum dos lados…
Quando as defesas se sobrepõem aos ataques, não há festa para nenhum dos lados…
VÍDEO MAIS VISTO
NOTÍCIAS MAIS LIDAS