O Benfica celebrou a memória de Eusébio da melhor forma que o podia fazer: com um triunfo sobre um adversário que o próprio Eusébio venceu sempre no jogos na Luz.
 
Um triunfo competente, sério e diligente.
 
Não foi espetacular como Eusébio costumava ser, é verdade, mas este Benfica já anunciou que não é uma equipa de ostentação: é uma equipa de resultados. A forma sai sempre prejudicada pela importância do contéudo. Por isso, e jogo após jogo, vai segurando uma liderança tranquila.
 
Este sábado, num jogo de risco elevado, com o terceiro classificado do campeonato, a vitória nunca esteve verdadeiramente em risco.
 
O Benfica entrou forte no jogo e marcou cedo. Quando já o anunciava, de resto. Ora esta entrada forte teve sobretudo a ver com dois aspetos: pressão e confusão.
 
Pressão, antes de mais, no momento da perda da bola, o que praticamente asfixiava o V. Guimarães.

Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores
 
Confusão, depois disso, provocada pela troca de extremos, com Gaitán à direita e Ola John à esquerda, mais Lima solto na frente (em vez de Jonas) a percorrer todo ataque.
 
Todas estas mudanças relativamente ao que é normal reforçavam o jogo interior do Benfica, por onde a equipa encarnada provocava o V. Guimarães para depois libertar espaços nas alas.
 
Foi desta forma, a provocar pelo centro para abrir espaços na ala contrária, que logo no quinto minuto Ola John isolou Gaitán para uma grande oportunidade na cara de Assis.
 
Nos primeiros dez minutos, aliás, o guarda-redes do Vitória viu adversários aparecerem-lhe soltos na cara por duas vezes. Por isso, lá está, não foi propriamente uma surpresa que o Benfica marcasse logo aos doze minutos, na sequência um livre batido por Gaitán e finalizado de cabeça por Jonas.
 
O golo tranquilizou a equipa, claro.
 
Mas não a adormeceu, convém acrescentar. Jorge Jesus manteve-se elétrico no banco e o Benfica continuou agitado e trabalhador, a pressionar muito alto e a dominar completamente o jogo.
 
Tanto assim, aliás, que o V. Guimarães só rematou com perigo aos 32 minutos: quando Cafú atirou de longe para defesa segura de Júlio César. Oportunidades de golo claras, então, só uma e ainda na primeira parte; Tomané cabeceou na cara do golo para grande defesa do guarda-redes.
 
E foi praticamente tudo o que o Vitória fez de realmente palpável.

Veja quem mais se destacou na vitória do Benfica
 
O Benfica, esse, acertou por três vezes nos ferros, em remates de Gaitán, Talisca e Jonas, todos na primeira parte, e tornou o triunfo tranquilo quando fez o segundo golo numa finalização de Ola John após jogada de Lima pela direita do ataque. Já no início da segunda parte.
 
O jogo ainda estava longe do fim, é verdade, mas a partir de então a formação encarnada limitou-se a trabalhos mínimos, deixando o tempo correr sob o olhar atento de quem não queria correr riscos.
 
No fim, mesmo no fimzinho, naquela fase em que o V. Guimarães já tinha por adquirido que não havia nada a fazer, Gaitán fechou a contagem num resultado mais confortável: 3-0.
 
Faltou um golo para igualar a média do Benfica de Eusébio nos jogos em casa com o Vitória.
 
Faltou um golo, sim, mas sobraram olés, olas mexicanas e aplausos durante uma segunda parte de peito cheio.

Seguramente que o Rei haveria de ficar contente com a homenagem, e com a felicidade da sua gente. Afinal de contas ele era especialista em provocar esta euforia de sorriso rasgado.