Livrou-se da pressão o V. Guimarães, saiu do sufoco imposto pelo Marítimo e galvanizou-se para o triunfo (1-0) no encerramento da jornada 24. O jogo não foi bem jogado, distante disso, mas teve intensidade, índices de agressividade elevados e Welthon a decidir o encontro com uma cabeçada fulminante.

Destaque para o avançado brasileiro. Mais de um ano depois da chegada à Cidade Berço o avançado estreou-se a marcar, voltando a ser feliz dezasseis meses depois do último golo, ainda em Paços. A sua felicidade foi a felicidade do Vitória, que antes de construir as bases do triunfo teve de se desenvencilhar de um conjunto maritimista que entrou forte no jogo.

Aproxima-se do quinto lugar a equipa vimaranense, voltando aos triunfos depois do empate no Sado. Um triunfo sem duas das principais referências da equipa, Pedrão e Wakaso, que foram rendidos por Venâncio e Pepê. Mas foi na baliza que esteve a maior surpresa, com Miguel Silva a relegar Douglas para o banco sem motivo aparente.

Insulares com a corda toda

Mantendo exatamente o mesmo onze que na última jornada empatou com o Sporting, o Marítimo mostrou uma face arrojada em Guimarães. Com a lição bem estudada e muito apelo ao físico, o conjunto de Petit pressionou alto, de forma afincada, retirando ao Vitória capacidade para construir a partir de trás.

A defesa ficou apertada, os médios sem espaço para reagir e Miguel Silva foi recurso para dar atrasado para aliviar para a frente. Com esta pressão o Marítimo convidou ao erro, recuperou várias bolas em zona promissora e causou o pânico com cruzamentos venenosos para a área, quase sempre por Edgar Costa.

Logo nos primeiros minutos Miguel Silva, a tal surpresa no onze do Vitória, teve de se aplicar com duas defesas complicadas. Foi-se soltando o Vitória, até porque o fôlego maritimista não dava para aguentar aquele ritmo, mas foi um soltar sempre receoso da equipa de Luís Castro.

Mesmo espreitando por cima do ombro lá foi igualando no que ao número de ocasiões diz respeito, acabando a primeira por cima a tentar ganhar metros. Cruzamentos para a área foi quase sempre a preferência dos vimaranenses para conseguir criar perigo, dando dessa forma expressão à maior posse de bola.

Cabeçada para a felicidade

Depois de uma primeira metade estranha, em que foram alternados momentos de intensidade nos píncaros com pausas excessivas e lances de perigo junto de ambas as balizas de forma quase aleatória, os técnicos fizeram três alterações ao intervalo. Sacko arriscava um segundo amarelo e deu o seu lugar a Dodô e no ataque Welthon rendeu Guedes. Petit, que já tinha sido forçado a mexer na lateral esquerdo trocou Douglas por Áfrico.

Surtiram efeito as alterações da equipa da casa, que entrou mais determinada e a acercar-se com mais afinco da baliza de Charles. Ameaçou o Vitória, chegando ao golo ao minuto 63 num reencontro emocionado com as redes adversárias.

Cruzamento de Pepê para a cabeçada triunfal de Welthon, o tal reencontro com a felicidade, a ter caráter decisivo ao resolver o jogo. O Marítimo esboçou uma reação, mas ténue e o V. Guimarães acabou a dever à sua conta pessoal um triunfo mais tranquilo. Valeu Charles a evitar tal desfecho.

O pior ataque do campeonato ficou em branco no segundo estádio que festeja menos golos. Os três pontos ficam na Cidade Berço, um resultado justificado pela segunda parte do conjunto de Luís Castro. A cabeçada de Welthon valeu três pontos e levou às lágrimas.

Veja o resumo do jogo: