O V. Setúbal está a apenas um ponto do objetivo dos trinta definidos por José Couceiro depois do triunfo categórico sobre o Belenenses (3-1), em pleno Estádio do Restelo. Mais uma exibição personalizada da equipa sadina, com João Mário ao leme e um trio letal na frente. Muitas dificuldades para o Belenenses que, com apenas dezassete pontos, vai ter de sofrer até final.

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O Vitória entrou com as linhas bem adiantadas no terreno a asfixiar o jogo dos «azuis» que não conseguiam sair a jogar. O tridente da frente exercia forte pressão sobre o detentor da bola, enquanto o trio do meio-campo, com auxílio dos laterais, cortava todas as linhas de passe. Os primeiros minutos foram muito complicados para a equipa de Marco Paulo que se limitava a chutar para a frente e a esperar por nova investida do adversário. Neste período, destaque apenas para um remate colocado de João Mário que obrigou Matt Jones a uma defesa a dois tempos. Quinze minutos de intensa pressão, mas também sem oportunidades dignas de registo, porque, sem bola, a equipa do Restelo fechava-se bem. O pior era depois, quando procurava sair a jogar.

O Belenenses conseguiu resistir a esta fase inicial e acabou por afastar, por momentos, o sufoco junto da área de Matt Jones, subindo as suas linhas, com Fernando Ferreira e Miguel Rosa a trabalharem bem na zona central. Depois da ausência, ainda por explicar, frente ao Benfica, Miguel Rosa começava a encantar as bancadas do Restelo, com destaque para um livre que passou a rasar a barra, com Kieszek batido. Quando parecia que o Belenenses estava a conseguir equilibrar a balança, o Vitória chegou ao golo. Grande passe de Ricardo Horta da esquerda, a colocar a bola entre os centrais. João Afonso falha o corte e Rafael Martins fica solto para fuzilar Matt Jones.

O Belenenses tentou reagir de imediato, procurando acelerar o jogo, mas o Vitória voltou a acertar com as marcações, obrigando o adversário a uma sucessão de erros. Faltavam jogadores que conseguissem provocar desequilíbrios. Miguel Rosa, sozinho, pouco conseguia fazer. Marco Paulo não esperou muito mais e, logo após o intervalo, abdicou de João Afonso [falha evidente no golo] e de Bruno China, para lançar Tiago Silva e Feedy, para uma equipa bem mais ofensiva. A segunda parte começou a um ritmo elevado, agora com muitos mais espaço para se jogar. O Belenenses carregou com tudo o que tinha e acabou por chegar ao empate, com um grande passe de Fredy a destacar Tiago Caeiro que atirou a contar. Um golo que animou os «azuis» que, por instantes, ainda acreditaram numa reviravolta.

Mas a igualdade durou apenas quatro minutos, o tempo que o Vitória precisou para recuperar a vantagem, ainda com o Belenenses balanceado para o ataque. Rápido contra-ataque conduzido de forma imperial por Pedro Tibá a soltar Ricardo Horta que esperou pela saída de Matt Jones para lhe colocar a bola por baixo do corpo. O jogo estava mais intenso do que nunca, com parada e resposta, mas com um Vitória bem mais tranquilo e um Belenenses a esgotar os últimos fôlegos. Marco Paulo jogou a última cartada, colocando Rambé ao lado de Tiago Caeiro, mas o Vitória matou o jogo com o terceiro golo. O golo mais simples de todo o jogo, com o Vitória a trocar a bola na área do Belenenses como quis e João Mário a servir Ricardo Horta para o segundo da tarde.

João Mário [grande exibição] ainda esteve muito perto de fazer o quarto, numa altura em que as bancadas já pediam a saída de Marco Paulo. Estados de espírito bem distintos entre os dois emblemas. Um Vitória tranquilo com a manutenção praticamente assegurada e um Belenenses outra vez apertado a lutar pela vida até às últimas rondas.