A FIGURA: com Gaitán a assistir parece mais fácil

Mágico não é contorcionista, mas Gaitán redobrou esforços e acabou por ser o principal responsável pela cambalhota no marcador, depois da entrada fulgurante do Vitória de Setúbal. Pelo que fez jogar, mas sobretudo pelos golos que assistiu. Foi do pé esquerdo do argentino que saíram as assistências para os golos de Jonas e Jardel. A primeira foi de forma subtil, encontrando o avançado junto à pequena área, enquanto que a segunda partiu da bandeirola de canto, num cruzamento que encontrou a cabeça do central brasileiro. De resto, foi sempre um dos elementos mais perigosos do Benfica. Nem mesmo a mais que esperada saída a meio do segundo tempo lhe retira a distinção de melhor jogador em campo.

O MOMENTO: Ederson salvou a liderança nos descontos

Grande parada do guarda-redes do Benfica a um remate em esforço de Arnold já nos descontos da segunda parte. Numa altura em que os adeptos já gritavam por vitória, Arnold apareceu isolado na cara do guarda-redes mas Ederson fez bem a mancha e garantiu os três pontos e a liderança às águias. Lance crucial para o triunfo encarnado, que até fez tremer Rui Vitória no banco.

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OUTROS DESTAQUES:

Jardel

Uma época depois repetiu-se a história, e normalmente não tem um final feliz para os lados do Sado. O Vitória é um dos alvos preferidos do central dos encarnados, repetindo esta noite a o que conseguiu na época passada, onde tinha marcado o golo que abriu caminho ao triunfo caseiro sobre os sadinos (3-0). Aos 24 minutos, o central correspondeu com um bom golpe de cabeça a um canto na esquerda batido por Nico Gaitán.

Jonas

O pistoleiro voltou a disparar na Luz, isto porque parece ter descoberto a pólvora algures. Com o golo apontado aos 19 minutos de jogo frente ao Vitória de Setúbal, o artilheiro encarnado elevou para seis o número de golos apontados nos últimos quatro jogos em casa para o campeonato. Desde o «clássico» com o FC Porto que o avançado brasileiro fatura sempre na Luz. Desta vez o tento valeu a cambalhota no marcador, repondo alguma justiça no resultado face aquilo que as águias tinham produzido até então. Na segunda parte ainda tentou mais do que uma vez bisar, mas sem sucesso. Continua na luta pela Bota de Ouro o «artilheiro» encarnado, contabilizando agora 31 golos.

Fejsa

Foi uma meia surpresa no onze inicial escalado por Rui Vitória para o jogo com o Vitória de Setúbal, em virtude de ter sido utilizado a meio da semana frente ao Bayern Munique, para a Liga dos Campeões. Ainda assim, o sérvio mostrou-se em grande nível no meio-campo encarnado, não aparentando acusar qualquer sinal de desgaste enquanto esteve no terreno de jogo. Muito importante para secar as saídas rápidas do Vitória, e sempre que possível a lançar os colegas de ataque com passes longos mas orientados. Ainda teve na cabeça uma oportunidade de golo mas Ricardo negou-lho com clareza. Faltou-lhe trazer talvez maior profundidade ao jogo, mas não é algo que se possa exigir a Fejsa, tendo em conta também aquilo que produz defensivamente. Saiu a vinte minutos no fim com a sensação de dever cumprido seguramente.

André Claro

É de gatilho rápido! A folha de registos do avançado do Vitória de Setúbal já contava com um golo marcado no primeiro minuto (18 segundos) frente ao Tondela, e na Luz conseguiu mesmo melhorar a sua marca em cinco segundos. Aos 13 o avançado deixou Claro (trocadilho fácil) aquilo que os vitorianos queriam fazer frente ao favorito Benfica, surpreender. E não podia ter corrido melhor, diga-se. De maneira fria, o avançado concluiu uma boa jogada de entendimento da equipa sadina, aproveitando a apatia inicial das águias e deixando todos de boca aberta. Não foi suficiente, é certo, mas deixou antever outro desenrolar para a partida.

Ricardo

Bela exibição do guarda-redes do Vitória de Setúbal, negando o golo ao Benfica o mais que pode e lutando para que a diferença fosse mínima até ao final do encontro. Ao todo soma uma mão cheia de defesas difíceis, essenciais para que os sadinos conseguissem discutir o jogo até ao último minuto. Nunca é demais lembrar que este guarda-redes pertenceu aos quadros do FC Porto, pelo que pode estar aqui uma alternativa bastante viável para os dragões na próxima época.

PELA NEGATIVA

Nélson Semedo

Peça surpresa lançada por Rui Vitória, o jovem lateral não esteve particularmente bem frente à equipa sadina. Ainda que o primeiro golo do Vitória surja de uma desconcentração coletiva, não passa despercebido a ninguém que Semedo era o homem responsável por André Claro, o marcador do golo. Mas mesmo tirando esse pormenor (que no fundo é um pormaior) fica também uma exibição muito aquém das expetativas do lateral das águias, longe, muito longe daquilo que foi no início da época. Um problema de confiança? Sim, muito provavelmente, mas se quer agarrar o lugar de André Almeida não será com exibições como a desta noite.