Figura: Cádiz

Durante 82 minutos não se deu por ele. Perdeu-se em batalhas desiguais, acumulou perdas de bola e más decisões. Protestou mais do que o que criou. Porém, o futebol é fértil em heróis improváveis. A oito minutos do final, o internacional venezuelano protagonizou um cabeceamento perfeito após cruzamento de Nuno Valente e resolveu o jogo. Que mais se pode pedir a um avançado?


Momento: minuto 82, Cádiz faz o Castelo ruir

Depois de uma primeira parte que justificava a vantagem, o Feirense caiu de produção nos segundos quarenta e cinco minutos, permitindo o crescimento do Vitória. Após algumas ameaças de Mendy (70’), de Berto (72’) e de Nuno Valente (79’), Cádiz confirmou os sinais do ascendente sadino. Cabeceamento certeiro que deixou Caio pregado. E, porventura, deixou também o Feirense quase pregado à descida.

Outros destaques:

João Silva: produziu o suficiente para marcar, porém, deixou o relvado sem um único golo. Lutou muito, segurou a bola, tabelou com os companheiros, fez o quase tudo o que lhe competia. Menos o golo e talvez por isso, tenha saído em primeiro lugar quando Filipe Martins optou por alterar. No geral, João Silva fez uma exibição razoável.

Artur Jorge: revelou-se sóbrio, seguro e fiável, em contraste com Vasco Fernandes, colega do eixo defensivo. O defesa formado no Sp. Braga travou uma luta interessantíssima com João Silva e não se pode dizer que tenha saído a perder. Concentração nos píncaros, tempo de corte irrepreensível. Esteve imperial pelo ar e praticamente intransponível pelo chão. Enfim, Artur foi o melhor elemento sadino na Feira.

Tiago Silva: foi o mais criativo do Feirense. Driblou facilmente as camisolas cinzentas que lhe apareceram pela frente, encontrou espaços onde parecia não ser possível e criou, criou muito. Pensou antes de receber, fez a bola andar com qualidade, embora nem sempre os colegas tenham correspondido de forma ideal.  Foi o autor da oportunidade mais flagrante da partida na cobrança de um livre direto que Makaridze defendeu com dificuldade (21’).

Makaridze: parou todos os remates fogaceiros. As defesas a duas tentativas quase consecutivas de João Silva (36’ e 37’) foram sintomáticas da confiança e segurança que exibiu. Na retina ficou a defesa apertada assinada pelo georgiano a pontapé livre de Tiago Silva (21’). Na segunda parte foi quase um mero espetador, o que diz muito do que foi o jogo.