Luís Guilherme, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, defendeu, em entrevista à SporTv, que o polémico lance no Sporting-U. Leiria, o tal do golo que não foi, na passada sexta-feira, no Estádio de Alvalade, só pode ter acontecido por «falta de concentração do árbitro auxiliar.
«A justificação que encontro é uma falta de concentração do árbitro assistente. Estando numa posição privilegiada, porque está bem colocado, só pode ter sido falta de concentração. É óbvio que já falei com os elementos da equipa de arbitragem. A análise destas jogadas faz parte do trabalho da comissão de arbitragem. Analisamos todos os jogos, é um trabalho que fazemos todas as semanas», destacou o dirigente à SporTv.
Além do lance de Alvalade, a 10ª jornada ficou marcada por outras decisões polémicas que levaram vários clubes a protestar, com destaque para o Benfica-Rio Ave. «Esta jornada não correu bem, houve erros importantes, com influência directa nos resultados. O que vamos fazer é continuar a trabalhar para que no futuro esses erros não aconteçam. Em relação à contestação temos de a inserir no contexto do futebol português, nos novos quadros competitivos, em que vão descer quatro clubes e muitos passam por dificuldades financeiras», comentou.
José Veiga, responsável pelo futebol do Benfica, chegou mesmo a sugerir que os árbitros, além das avaliações, fossem castigados depois de uma má prestação. «Há duas situações. Os jogadores e treinadores são castigados por questões disciplinares e não por questões técnicas. Nunca vi um jogador ser castigado por ter falhado um penalty ou um golo. As nomeações menos conseguidas, têm reflexos nas nomeações seguintes. Fazemos isto em todos os jogos, não só em alguns. Não vamos ter atitudes diferentes tendo em atenção a grandeza dos clubes ou a importância dos jogos», defendeu antes de anunciar uma reunião com todos os árbitros para o final do mês.
«Os árbitros deviam falar após os jogos»
O representante dos árbitros manifestou-se disponível para implementar mecanismos que melhorem o sector, mas recordou que «a arbitragem continua a ser um sector amador num mundo profissional». «Temos uma cultura própria. Os erros acontecem em todos os campeonatos, mas temos uma forma diferente de ver as coisas. Da nossa parte, na arbitragem, estamos disponíveis para encontráramos os mecanismos para ultrapassar isso, e isso só se consegue trabalhando. Há erros que existem, mas outros não fazem sentido, só se conseguem descortinar após muitas repetições. Não é o caso desta jornada», acrescentou.
O dirigente defendeu ainda que os árbitros deveriam poder falar no final dos jogos e revelou que só não o fazem porque recebeu indicações da federação (FPF) para que isso não acontecesse. «Concordo que os árbitros deviam falar após os jogos, mas não é isso que ia diminuir a contestação. Mas o presidente da FPF não deu autorização para que isso acontecesse, devido a uma norma da FIFA. Penso que era benéfico que os agentes desportivos pudessem explicar ao público em geral a visão de certos lances», referiu.