Gilberto Madaíl afirmou esta quinta-feira que não teme o ministro das Finanças pelo anúncio de cobrança coerciva das receitas do «Totonegócio» em falta. O presidente da FPF anunciou mesmo que as medidas publicitadas por Bagão Félix serão alvo de análise sobre se serão lesivas para a federação.
«O senhor ministro não nos mete medo. Pode ameaçar com as cobranças coervivas que quiser. Vamos utilizar os mecanismos previstos na Lei e ver de que forma isto lesará a imagem da FPF», afirmou Madaíl, sem deixar referir que tomou conhecimento das intenções do ministro pela comunicação social.
«Não aceitamos mensagens através da comunicação social. Não é a forma correcta de responder a um requerimento», que Madaíl considerou ser uma «proposta concreta na qual se falava em garantias».
Recorde-se que Bagão Félix exigiu que a FPF e a Liga se responsabilizassem pelos 20 milhões de euros em dívida pelos clubes ao Fisco, conforme faz parte do acordo do «Totonegócio» - em que as dívidas seriam saldadas pelas receitas do Totobola e se estas não fossem suficientes seriam os dois organismos a dar garantias do pagamento.
O ministro das finanças não aceitou como suficientes as garantias dadas por FPF e Liga e anunciou então a cobrança coerciva, ao que Madaíl exigiu agora que a citação da administração «venha discriminada para que se saiba quais os clubes em dívida e quanto devem».
O presidente da FPF afirmou ainda, ao mesmo tempo que exibia um documento, que o fracasso do «Totonegócio» se deveu aos sucessivos governos: «Temos elementos do gabinete do ministro que dizem que se tivessem sido adoptadas as medidas previstas até 2003, haveria um aumento de receitas do Totobola de 5,5 milhões de contos (27,433 milhões de euros), apenas no que diz respeito às verbas dos clubes.»